Madri, 28 dez (EFE).- O salário anual do rei Juan Carlos I da Espanha em 2011, sem contar os impostos, foi de 292,7 mil euros, dos quais 152,2 mil euros correspondem a despesas de representação, informou nesta quarta-feira o secretário-geral da Casa Real, Alfonso Sanz Portolés.
Em entrevista coletiva, Portolés disse que, a partir de hoje, os dados sobre os valores recebidos pelo rei e seus familiares ficarão expostos no site da Casa Real.
Neste ano, a família real espanhola recebeu do Orçamento Geral do Estado 8,4 milhões de euros. O salário do príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, herdeiro da Coroa, foi de 146,3 mil euros. Já a rainha Sofía, a princesa Letizia - esposa do herdeiro da Coroa - e as infantas Elena e Cristina, filhas do casal real, receberam neste ano despesas de representação anuais conjuntas de 375 mil euros.
Esta última quantia é fixada pelo rei, que também decide sua distribuição entre a rainha Sofía, a princesa Letizia e as duas infantas em função de suas atividades oficiais.
Iñaki Urdangarín, marido da infanta Cristina, e Jaime de Marichalar, quando era casado com a infanta Elena, não tinham renda procedente da Casa Real, segundo a instituição.
A divulgação das contas da família real espanhola foi feita pela primeira vez devido ao escândalo envolvendo Urdangarin, marido da filha mais nova do rei e investigado por sua suposta participação em um caso de corrupção.
Quando a Casa Real anunciou no último dia 12 que divulgaria suas contas, também foi tornada pública a decisão de afastar Urdangarin dos atos oficiais da monarquia, medida sem precedentes desde a cerimônia de coroação de Juan Carlos I, em 1975.
Os 292,7 mil euros de salário anual bruto do rei estão sujeitos a uma taxação mínima de 40% e representam 3,47% do total de 8,43 milhões de euros que a Casa Real recebe dos Orçamentos do Estado.
Os grupos parlamentares do Congresso espanhol elogiaram a transparência da família real ao divulgar os valores que recebe, mas o porta-voz do partido Esquerda Unida, José Luis Centella, lamentou o fato de as contas terem se tornado públicas por um gesto do rei, ao invés de por uma exigência dos parlamentares. EFE