Nova York, 13 jan (EFE).- A agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) anunciou nesta sexta-feira o rebaixamento de um degrau das notas da dívida de França, Áustria, Malta, Eslováquia e Eslovênia, e a redução de dois degraus de Itália, Espanha, Portugal e Chipre.
"As ações de hoje são resultado de nossa crença de que as iniciativas políticas tomadas pelos líderes europeus nas últimas semanas podem ser insuficientes para reduzir totalmente o estresse sistemático na zona do euro", explica um comunicado da agência.
O anúncio ocorre num dia em que vários meios de comunicação de todo o mundo anteciparam a notícia, confirmada pelo governo da França, país que perde a avaliação máxima conhecida como "triplo A", assim como a Áustria. Os dois países passam agora à nota de AA+.
A agência atribui essas decisões a cinco fatores: as restritivas condições do crédito, o aumento dos bônus de risco para um amplo grupo de países, uma tentativa simultânea de "desalavancagem" dos governos e das famílias, as previsões de fraco crescimento na região e uma "ampla e prolongada disputa" entre os líderes europeus para resolver esses problemas.
O resultado desses fatores é a queda da nota de nove dos 16 países da zona do euro que a S&P tinha colocado sob revisão para um potencial rebaixamento. A agência manteve inalterável as avaliações de Alemanha, Bélgica, Estônia, Finlândia, Irlanda, Luxemburgo e Holanda.
A nota da Espanha passa de AA- para A, enquanto a da Eslovênia cai de AA- para A+. Já a da Itália foi rebaixada de A para BBB+, a de Malta muda de A para A-, a da Eslováquia passa de A+ para A, a do Chipre vai de BBB para BB+ e a de Portugal diminui de BBB- para BB. Esses dois últimos países, portanto, entram em "território lixo".
"Os resultados da cúpula europeia de 9 de dezembro e as consequentes declarações dos líderes europeus nos levaram a crer que o acordo obtido não foi um passo suficiente nem teve alcance para acabar com os problemas financeiros da zona do euro em sua totalidade", manifestou a agência.
A S&P indica que os acordos dessa reunião não fornecem recursos adicionais suficientes ou uma flexibilidade operacional suficiente para reforçar as operações de resgate na Europa ou estender de forma suficiente o apoio aos países com maiores pressões dos mercados. EFE