Oslo, 13 set (EFE).- O diretor-gerente do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, constatou hoje que o
mercado de trabalho está em uma "situação catastrófica" e destacou
que ela não se reverterá com as "receitas de sempre".
"Esta crise, a mais grave de todas, deixou um deserto de parados
sem comparação", lembrou Strauss-Kahn ao inaugurar a conferência
sobre emprego que hoje reúne em Oslo especialistas e líderes
europeus.
Segundo o relatório preparado para esta jornada pelo FMI e a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), a crise gerou em apenas
três anos 30 milhões de parados adicionais, o que elevou o número
mundial de desempregados para 210 milhões.
Strauss-Kahn lembrou que a crise, que "ainda não se deteve",
mudou a estrutura econômica dos países e colocou a toda prova os
modelos econômicos.
Citou como exemplo o comportamento do mercado de trabalho da
Alemanha, Japão e Noruega, onde o desemprego quase não se modificou,
contra o daqueles países que viram ressurgir de forma dramática o
desemprego porque "suas exportações caíram ou se viram arrastadas
pelo colapso do setor da construção".
Strauss-Kahn se referia implicitamente à Espanha, que junto com
os Estados Unidos figura no relatório do FMI e da OIT como o país
onde o desemprego cresceu mais notoriamente durante a crise por
causa de sua excessiva dependência - e abusos - do setor da
habitação.
O diretor-gerente do FMI reiterou que a crise não vai parar e com
ela o desemprego, daí, insistiu, "na necessidade de mudar nossa
forma de pensar e nossas políticas".
"Temos que pensar de forma diferente. Esta crise não é como as
demais. As regras de jogo mudaram. Esta prova de fogo não se resolve
com as velhas receitas", disse Strauss-Kahn, defendendo uma maior
cooperação e coordenação de políticas entre os Governos e
instituições. EFE