BASRA, Iraque (Reuters) - A polícia iraquiana fez disparos para o alto para dispersar centenas de manifestantes que tentavam invadir um prédio do governo em Basra perto de um campo de petróleo, informou a polícia, ferindo 48 pessoas em protestos contra a qualidade dos serviços que varreram as cidades do sul.
"Alguns manifestantes tentaram invadir o prédio, mas os impedimos. Pedimos que evitem enfrentar as forças de segurança", disse o major-general Thamir al-Hussaini, comandante das Forças de Resposta Rápida do Ministério do Interior.
De acordo com ele, 28 membros das forças de segurança foram feridos em confrontos com os manifestantes.
Uma semana de protestos colocou o primeiro-ministro iraquiano Haider al-Abadi em posição difícil. Ele espera servir um segundo mandato quando os políticos formarem novo governo após a eleição parlamentar de 12 de maio contaminada por alegações de fraude.
Os manifestantes criticaram seu partido Dawa, que dominou a política iraquiana desde que uma invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003 derrubou Saddam Hussein.
"O partido Dawa administra o Iraque há 15 anos e seus líderes não cumpriram uma única promessa que fizeram", disse o desempregado Ziad Fadhil, de 38 anos.
De acordo com a polícia, oito manifestantes ficaram feridos no prédio do governo na cidade de Basra.
As forças de segurança também enfrentaram manifestações a cerca de quatro quilômetros do campo petrolífero de Zubair, perto de Basra. Quarenta manifestantes foram feridos, três atingidos por balas, segundo fontes policiais.
O principal clérigo xiita do Iraque, o Grande Aiatolá Ali al-Sistani, expressou solidariedade aos manifestantes, dizendo que eles enfrentam uma "extrema falta de serviços públicos".
Sistani, que tem milhões de seguidores, raramente intervém na política, mas tem grande influência sobre a opinião pública.