Bruxelas, 16 set (EFE).- A União Europeia (UE) aprovou nesta
quinta-feira a assinatura do acordo de livre-comércio com Coreia do
Sul, depois que a Itália retirou o bloqueio que mantinha por suas
preocupações pelas possíveis consequências no setor automotivo.
O acordo será assinado na cúpula UE-Coreia do Sul, que será
realizada em Bruxelas no próximo dia 6, anunciou o ministro belga de
Exteriores, Steven Vanackere, em nome da Presidência rotativa da UE.
A Itália conseguiu um atraso de seis meses no início da aplicação
do acordo, cuja entrada provisória em vigor será em 1º de julho de
2011.
Este documento é o primeiro de uma série de acordos bilaterais de
livre-comércio que unirão a UE com seus principais parceiros
comerciais na Ásia, destacou Vanackere em entrevista coletiva.
Trata-se do acordo comercial mais importante fechado pela União
Europeia com outro país, segundo o titular belga.
Apesar disso, Vanackere afirmou que a UE "segue comprometida" com
a reanimação da travada Rodada de Doha de liberalização comercial,
realizada dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra
A Itália desconfiava do impacto do acordo sobre seu setor
automotivo, especialmente se o desaparecimento previsto das
barreiras tarifárias permitisse a chegada à Europa de carros
sul-coreanos de pequeno porte, um segmento no qual a italiana Fiat é
uma das líderes no mercado europeu.
Por isso, o Governo italiano tinha pedido que a entrada em vigor
fosse atrasada um ano, mas após intensas negociações desde a última
sexta-feira foi definido um atraso de seis meses.
A Comissão Europeia (CE) e os demais Estados-membros, incluindo
outros que produzem automóveis, consideravam que esse possível
impacto no setor será compensado pelos benefícios gerais que a
economia europeia vai obter pelo aumento das exportações ao país
asiático.
Os demais países comunitários acreditam que o acordo inclui
condições razoáveis para proteger o setor europeu do automóvel, como
um corte tarifário muito escalonado - até sete anos - e uma cláusula
de salvaguarda. EFE