Bruxelas, 30 out (EFE).- A União Europeia (UE) pediu uma ação conjunta do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) na cúpula da próxima semana em Cannes, na França para relançar a economia mundial, ao considerar que a estabilização da economia do bloco não será suficiente.
É "necessária uma ação conjunta de todos os membros do G20", afirmam os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em carta enviada no sábado à noite aos demais líderes do grupo e divulgada neste domingo.
Os dois líderes europeus lembram as medidas estipuladas pelas cúpulas da UE e da zona do euro na semana passada para enfrentar a crise da dívida e consolidar a moeda única europeia.
"Aplicaremos estas medidas de forma rigorosa e apropriada, e acreditamos que contribuirão para uma solução rápida da crise", afirmam Van Rompuy e Barroso.
Ambos alertam que, mesmo se a Europa fizer sua parte, "isso por si só não poderá garantir a recuperação econômica mundial e um crescimento equilibrado".
"É preciso fazer mais em nível mundial", insistem os responsáveis europeus, que lembram que muitos dos desequilíbrios macroeconômicos de antes da explosão da crise "ainda estão sendo mantidos".
Apesar de não mencionarem nenhum país, citam a China ao se referirem as "taxas de câmbio desvalorizadas em economias emergentes exportadoras" e os Estados Unidos, pela "insuficiente poupança doméstica".
Barroso e Van Rompuy pedem que a cúpula de Cannes desta semana adote "um ambicioso plano de ação para enfrentar as vulnerabilidades que a economia mundial enfrenta no curto prazo". Ambos insistem também que é preciso fazer "progressos tangíveis" na execução da agenda de reforma dos mercados financeiros e garantir igualdade de oportunidades a todos os membros do G20.
A carta aponta ainda, como outras prioridades da UE para Cannes, tornar o sistema monetário internacional mais resistente; promover o comércio internacional para contribuir com o crescimento econômico e apoiar a dimensão social da globalização. Ambos também insistem que a cúpula do G20 deve gerar uma melhoria no governo mundial, a luta contra a corrupção e aumentar a ação contra a mudança climática. EFE