Paris, 29 jan (EFE).- O patrimônio cultural e artístico haitiano
corre grave perigo de roubo e "é importante impedir que 'caçadores
de tesouros' remexam os escombros" dos inúmeros locais culturais
destruídos, alertou hoje a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em comunicado.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, pede ajuda à ONU para
tentar garantir o mais rápido possível a segurança dos locais
afetados pelo terremoto do último dia 12 e a integridade das obras
que contêm.
É particularmente importante "verificar a origem dos bens
culturais importados, exportados e postos em venda, especialmente
pela internet", ressalta Bokova.
Este patrimônio "é uma fonte de incalculável valor para a
identidade e orgulho do povo haitiano, e será essencial para o
sucesso de sua reconstrução", destaca a diretora geral em carta
enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Bokova também pede "que considere a oportunidade de recomendar ao
Conselho de Segurança" a adoção de uma resolução que proíba
temporariamente comercializar ou transferir bens culturais do Haiti.
A diretora-geral da UNESCO pede a Ban seu apoio "para garantir,
na medida do possível, a imediata segurança dos locais que contêm
tais objetos".
Por enquanto, a Unesco já ajudou a salvar os valiosos arquivos do
historiador do Haiti George Corvington e participa "de uma tentativa
de resgatar painéis ou fragmentos significativos" dos murais que
decoravam a Catedral Episcopal da Santíssima Trindade de Puerto
Príncipe.
A organização lembra que o único local haitiano inscrito na lista
do Patrimônio Mundial da Humanidade é o Parque Nacional Histórico -
Cidadela, Sans Souci e Ramiers, que "aparentemente não foram
danificados pelo terremoto, assim como os principais museus e
arquivos do país". EFE