Caracas, 17 nov (EFE).- A economia venezuelana entrou em recessão
ao registrar entre julho e setembro uma queda do Produto Interno
Bruto (PIB) de 4,5%, segundo números divulgados hoje pelo Banco
Central da Venezuela (BCV), com o que acumulou um segundo trimestre
em baixa.
O PIB do país sul-americano avançou 0,3% no primeiro trimestre do
ano, mas contraiu 2,4% no segundo e quase duplicou essa percentagem
no terceiro, com o que nos primeiros nove meses do ano acumula um
retrocesso de 2,2%, informou o BCV em uma nota informativa.
O Banco Central assegurou que a contração é consequência "da
crise financeira global" e que o comportamento econômico no terceiro
trimestre esteve determinado "pela diminuição registrada tanto pela
atividade petrolífera (9,5%) como pela não petrolífera (3,0%)".
Explicou que a queda da atividade petrolífera inscreve-se "no
cumprimento dos cortes na produção de petróleo, estipulados pela
Opep a fins do ano 2008, para conseguir a estabilidade dos mercados
energéticos e a recuperação dos preços do petróleo, o que se
traduziu em um menor nível do volume de vendas externas".
Embora o peso mais significativo à contração a forneça o setor
petroleiro, considerado a "locomotiva econômica do país", o BCV
resenhou que também afetou a indústria manufatureira.
"A indústria manufatureira privada mantém a contração no volume
de produção" assinalou a entidade, que destacou a queda de 23,7% na
produção de veículos, 5,3% nos produtos químicos e 7,3% na indústria
de alimentos.
Como exceções a esta tendência recessiva indicou que a construção
cresceu 4,3% e o setor das telecomunicações 11,4%.
A nota do BCV afirmou também que a economia está em um "complexo
contexto" e ratificou seu "compromisso de manter um permanente
acompanhamento e avaliação do entorno internacional e suas
incidências na economia nacional".
Igualmente se comprometeu a "continuar antecipando ações de
política, em coordenação com o Executivo Nacional, tendentes a
impulsionar uma extensão propícia da atividade econômica do país".
EFE