Rio de Janeiro, 22 dez (EFE).- O verão no hemisfério sul, iniciado oficialmente na madrugada desta quinta-feira, começou com altas temperaturas nas principais cidades do Brasil, porém, segundo a previsão, intensas chuvas podem marcar o primeiro trimestre de 2012.
O primeiro dia de verão foi recebido por centenas de pessoas nas praias do Rio de Janeiro, onde os termômetros chegaram a superar os 38 graus centígrados. Com uma baixa umidade relativa e o céu aberto, a sensação térmica era muito superior a registrada nas ruas.
Em algumas cidades - como Campo Grande, por exemplo -, o verão começou batendo recordes de temperaturas logo no primeiro dia da estação.
No entanto, devido aos efeitos do fenômeno do La Niña e da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul, os dias de sol forte e céu aberto estão contados em grande parte do Brasil, de acordo com as previsões divulgadas nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o meteorologista José Felipe Faria, investigador do Inpe, enquanto a La Niña provocará uma concentração atípica de nuvens nas regiões norte e nordeste do país, a Zona de Convergência do Atlântico sul atrairá massas de nuvens em grande parte do Brasil.
"Este último fenômeno proporcionará um excesso de nuvens e de volumosas chuvas por muitos dias seguidos em grande parte do sudeste, centro-oeste e norte do país", afirmou o meteorologista.
Após as temperaturas recordes registradas no verão de 2010, quando os termômetros chegaram a marcar 48 graus centígrados no Rio de Janeiro, mas com sensação térmica de 50 graus centígrados, o verão de 2011 também foi marcado pelas fortes chuvas.
Em janeiro de 2011, os temporais castigaram a região serrana do Rio de Janeiro e resultaram na morte de mais de mil pessoas, o que passou a ser considerado como a maior tragédia natural na história do país.
Segundo o Inpe, a previsão climática para o primeiro trimestre de 2012 é de maior probabilidade de chuvas acima da média na região norte (Amazônia) e na região nordeste.
"Apenas em algumas regiões do Rio Grande do Sul as chuvas ficarão entre os níveis normal e abaixo do normal", acrescenta o Instituto.
No entanto, os meteorologistas do organismo não descartam "condições de excesso de chuva" em áreas das regiões sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil.
O céu encoberto em algumas regiões do país, uma consequência direta do fenômeno La Niña, também poderá deixar a temperatura abaixo do esperado em algumas regiões, como o nordeste, por exemplo. EFE