Por Sam Boughedda
Investing.com - Os analistas do Barclays (LON:BARC) disseram, em uma nota enviada aos clientes na sexta-feira (3), que as ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) devem registrar uma consolidação, até que haja uma reaceleração do mercado de anúncios digitais e uma diminuição dos temores com a concorrência e as margens, no segundo semestre de 2023.
Os estrategistas do banco, cuja classificação para o papel é de “overweight” (acima da média), com preço-alvo de US$ 160, explicaram que, apesar de estar anos à frente no segmento de inteligência artificial (IA), as ações do GOOGL enfrentam dois novos riscos: maiores custos de inferência dos resultados de buscas assistidos por IA e possível queda de participação em consultas para o ChatGPT, Apple (NASDAQ:AAPL), Bing entre outros.
Eles afirmaram que uma das principais preocupações da empresa é que, se a maioria das buscas com zero clique atuais migrar para resultados assistidos por IA, o GOOGL pode sofrer um impacto substancial em sua receita operacional.
Além disso, apontaram para o fato de que, se a Apple atualizar a Siri para incorporar algumas das novas tecnologias de IA – o que, em sua visão, é bastante provável – ou se a União Europeia/Departamento de Justiça dos EUA aumentarem o escrutínio sobre o acordo TAC Google-Apple a ponto de forçar a Apple para a pesquisa paga, acreditam que cerca de 20% da participação do iOS em consultas estaria sob risco.
Por fim, os analistas defenderam que, embora pareça um tiro no escuro, a estratégia agressiva do novo Bing da Microsoft (NASDAQ:MSFT) em desktop poderia roubar alguns pontos da participação em consultas daquele canal.
“Acreditamos que o GOOGL está em uma nova era, em que o buyside não pode simplesmente montar uma posição de 5% e esquecê-la. Os investidores terão que prestar mais atenção não só ao cenário tecnológico de fundo envolvendo a IA, mas também na forma como o relacionamento entre o Google e seus parceiros evolui em decorrências desses desafios”, argumentaram.
Mesmo assim, o Barclays continua otimista com a ação, devido à possível recuperação do mercado de anúncios e “diversos trimestres de potencial de alta a partir do 2S23”.
“Quando essa fase voltar à tona, acreditamos que as ações do GOOGL podem voltar a subir, e queremos estar lá quando isso acontecer”.