Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O BTG Pactual (SA:BPAC11) decidiu fazer pequenos ajustes na sua carteira mensal, adicionando um pouco mais de risco com a mudança de duas ações na seleção. O banco também considera que seu portfólio está bem posicionado para se beneficiar de uma eventual queda nos juros reais de longo prazo.
Para março, o BTG aumentou a sua exposição ao setor financeiro, indicando as ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) e da SulAmérica (SA:SULA11) nos lugares de Tim (SA:TIMS3) e Rede D'Or (SA:RDOR3). Ambas as ações possuem pesos de 10% cada.
A carteira recomendada do BTG também conta com as ações da Petrobras (SA:PETR4), com peso de 15%, Vale (SA:VALE3), Itaú (SA:ITUB4), Raízen (SA:RAIZ4), Localiza (SA:RENT3), Energisa (SA:ENGI11) e Arezzo (SA:ARZZ3), com participações de 10% cada, e Multiplan (SA:MULT3), com 5% de exposição.
Em fevereiro, o Ibovespa avançou 0,9% em reais e 3,5% em dólares, se tornando o mercado com melhor desempenho na região, segundo o BTG. Os valuations continuam atraentes, segundo relatório divulgado pelo banco, com ações locais (ex -Petrobras e Vale) em 10,3x P/L de 12 meses projetados, 1 desvio padrão abaixo da média.
Os valuations estão atrativos apesar das taxas de juros reais de longo prazo muito altas, que fecharam fevereiro em 5,7%. O prêmio para manter ações, medido como o inverso do P/L menos as taxas de juros reais de 10 anos, é de 3,9%, um desvio padrão acima de seu nível histórico, aponta o BTG.
O banco afirma que o conflito na Ucrânia deve trazer mais cautela para os investidores e que o risco global mais alto é um fator a ser considerado. Ainda assim, empresas de commodities leves, alumínio, etanol, óleo e gás devem se beneficiar do atual momento.
No Brasil, o risco continua relacionado à situação fiscal no país. Agora as dúvidas estão ligadas às discussões no Congresso sobre a redução de impostos sobre o combustível, o que pode afetar o orçamento do governo deste ano. O BTG acredita que o Legislativo reduziria apenas os tributos federais, o que causaria um prejuízo de R$ 69 bilhões, ou 0,7% do PIB.