Investing.com – Em meio a debates a respeito de valuations esticados, bolha em inteligência artificial e inovações constantes, não parece ser uma boa ideia apostar contra as 7 Magníficas, pelo menos por agora. O crescimento dos lucros acima da média do mercado americano motiva o avanço das companhias e, na visão dos especialistas da Clearbridge e Schroders (LON:SDR), seu potencial de inovação não deve ser negligenciado, conforme destacado em painel na Expert XP ontem, 30, evento promovido pela XP Investimentos (BVMF:XPBR31).
Para Jeff Schulze, head de estratégia de mercado da Clearbridge e autor do relatório Anatomy of a Recession, a razão pela qual as 7 Magníficas registraram um desempenho superior é motivado pelos fundamentos.
“No ano passado, as 7 Magníficas conseguiram aumentar seus ganhos em 34%. O S&P 493, portanto, o resto do índice, tem um crescimento negativo de 4% nos lucros e o Russell 2000, que são as pequenas capitalizações dos EUA, teve um crescimento negativo de 12% nos lucros. Portanto, a razão pela qual essas empresas superaram é que elas não apenas tiveram um crescimento de lucros, mas também um crescimento de lucros muito robusto, enquanto o resto do universo de ações estava passando por uma recessão de lucros”, compara Schulze.
As 7 Magníficas devem elevar seus lucros em cerca de 30% neste ano, enquanto o S&P 493 e Russell 2000 em torno de 6% ou 7% cada, segundo Schulze, que indica que a vantagem ainda é muito grande.
No entanto, para o ano que vem, Schulze dificilmente vê vantagem assim robusta em relação ao resto do S&P, com expectativa de que as small caps superem as 7 Magníficas em cerca de 10%.
“Então, acho que talvez nos próximos seis a nove meses, você terá um mercado mais igualitário, onde muitos desses retardatários se sairão tão bem quanto as 7 Magníficas”, destaca, apontando que muitas destas empresas serão líderes nos seus respetivos setores dentro de 10 anos. “Haverá mudanças na tecnologia e algumas destas ações parecerão pechinchas”, reforça.
Schulze entende, assim, que o mercado americano deve continuar superando outras geografias e os investidores devem aproveitar as oportunidades. Esse é o mesmo entendimento de David Meyer, gestor do fundo de tecnologia Schroder GAIA Contour.
“Então é perigoso apostar contra isso. Há um ecossistema empreendedor e de capital de risco muito vibrante nos EUA. No momento, não há visibilidade sobre o que derrubaria uma dessas empresas”, acredita Meyer.
Meyer recorda, no entanto, que a IBM (NYSE:IBM) era vista como infalível e a Intel (NASDAQ:INTC) da mesma forma. Segundo ele, a indústria de semicondutores é cíclica e competitiva. Companhias como Amazon (NASDAQ:AMZN) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) não querem ser dependentes de um único fornecedor, o que deve aumentar ainda mais a competitividade.
Meyer acredita que os diferentes tipos de atuação refletem em como as empresas poderão se adaptar e alocar recursos em diversas frentes. “A Amazon, em mundo de IA, é difícil substituir mais de US$100 bilhões de dólares em infraestrutura de logística e atendimento e capacidades robóticas da próxima geração que a Amazon possui. Enquanto empresas como a Apple (NASDAQ:AAPL), eram líderes em dispositivos móveis. Eles serão os líderes na onda de IA? O tempo dirá”, questiona.
“Então meu palpite é que uma das 7 Magníficas, pelo menos uma delas, provavelmente será interrompida”, completa o especialista, ainda que não tenha indicado qual, mas mencionado também a maior competitividade chinesa com a Tesla (NASDAQ:TSLA).