Por Pavel Polityuk e Max Hunder
KIEV (Reuters) - Tropas russas intensificaram nesta quarta-feira seu ataque a uma cidade fabril, em esforço para tomar uma parte do leste da Ucrânia, enquanto os Estados Unidos disseram que fornecerão foguetes avançados a Kiev para ajudar a forçar Moscou a negociar o fim da guerra.
O Estado-Maior da Ucrânia disse que as forças russas, agora com 98 dias de invasão, estão atacando a infraestrutura nas regiões leste e sul, incluindo a cidade industrial simbolicamente importante de Sievierodonetsk, o principal foco da ofensiva de Moscou nos últimos dias.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou o fornecimento de sistemas de foguetes de precisão e munições que podem atingir alvos russos a uma longa distância, parte de um pacote de armas de 700 milhões de dólares que deve ser anunciado nesta quarta-feira.
"Agimos rapidamente para enviar à Ucrânia uma quantidade significativa de armamento e munição para que ela possa lutar no campo de batalha e estar na posição mais forte possível na mesa de negociações", escreveu Biden em um artigo no New York Times.
Uma autoridade graduada do governo Biden disse que os novos suprimentos --que se somam a bilhões de dólares em outros equipamentos, como drones e mísseis antiaéreos-- incluem o M142 High Mobility Artillery Rocket System (HIMARS), que Kiev disse ser "crucial" para combater ataques de mísseis russos.
Moscou avaliou o novo pacote de ajuda dos EUA "de forma extremamente negativa", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, à agência de notícias estatal RIA Novosti.
Respondendo a preocupações de que tais armas possam levar os Estados Unidos a um conflito direto com Moscou, autoridades do governo norte-americano disseram que a Ucrânia deu garantias de que os mísseis não seriam usados para atacar o território russo.
"Esses sistemas serão usados pelos ucranianos para repelir os avanços russos em território ucraniano, mas não serão usados em alvos em território russo", declarou uma autoridade dos EUA.
Logo após o anúncio da decisão dos EUA, o Ministério da Defesa russo disse que as forças nucleares russas estavam realizando exercícios na província de Ivanovo, a nordeste de Moscou, informou a agência de notícias Interfax.
Cerca de 1.000 militares estavam se exercitando em manobras intensas usando mais de 100 veículos, incluindo lançadores de mísseis balísticos intercontinentais Yars, segundo o ministério.
Não houve menção à decisão dos EUA de fornecer novas armas na reportagem da Interfax.