Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O governo decidiu dispensar dois diretores da cúpula da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em meio às críticas que a corporação vem sofrendo após a morte por asfixia de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, durante uma abordagem de agentes da PRF no interior de Sergipe em que improvisaram uma "câmara de gás" no porta-malas de uma viatura.
Conforme publicação no Diário Oficial da União desta terça-feira, o diretor-executivo da PRF, Jean Coelho, e o diretor de inteligência da instituição, Allan da Mota Rebello, foram dispensados. Não foi informado o nome dos substitutos.
Procurada por meio da assessoria de imprensa, a PRF não respondeu de imediato a pedido de comentário sobre as dispensas.
Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro chegou a criticar a cobertura da imprensa do caso Genivaldo, dizendo que não se poderia generalizar a conduta dos agentes da PRF.
"Não podemos generalizar tudo que acontece no nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós", disse. "A Justiça vai decidir esse caso. Tenho certeza que será feita a justiça, todos nós queremos isso aí. Sem exageros e sem pressão por parte da mídia que sempre tem lado, o lado da bandidagem."
Autoridades e entidades dentro e fora do país cobraram providências sobre o caso.
Em nota nesta terça, a corporação informou que "está comprometida com a apuração inequívoca das circunstâncias relativas à ocorrência no Estado de Sergipe, colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação".
"A PRF instaurou processo disciplinar para elucidar os fatos e os agentes envolvidos foram afastados das atividades de policiamento", informou.