Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - O aumento da taxa de juros pressionou a elevação da inadimplência do setor bancário no país. No entanto, segundo analistas da Empiricus e da Ativa Investimentos, o Itau Unibanco (BVMF:ITUB4) reportou resultados sólidos diante deste cenário. A expectativa da instituição financeira ainda é de alta no índice de inadimplência de sua carteira de varejo no último trimestre deste ano, mas a situação deve se estabilizar até meados do ano que vem. Presente em 18 países, o maior banco da América Latina reportou lucro líquido recorrente de R$ 8,08 bilhões, alta de 19,2% em relação ao mesmo período de 2021.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus, indicou previsibilidade na execução e resultados sólidos do banco. Quaresma detalha que o Itau também foi afetado pelo aumento sistêmico da inadimplência no país, mas foi bem menos do que os pares, com índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias em alta de 0,1 ponto percentual para 2,8% da carteira de crédito. “Para os pares privados, o aumento foi de, no mínimo, 0,3 p.p. Ainda, um ligeiro aumento nos descontos concedidos pelo Itaú contribuiu para uma provisão para perdas total de R$ 8,0 bilhões – o que, ainda assim, representa um crescimento em linha com a carteira de crédito”, compara. Segundo Quaresma, o perfil conservador da carteira de Itaú, além do mix de clientes mais focado na média e alta renda, ajudou nesse contexto.
“No todo, o controle superior da inadimplência protegeu a rentabilidade da companhia, que reafirmou seu guidance para o ano fechado. Com uma execução confiável e previsível, Itaú nos parece, cada dia mais, o nome certo para enfrentar os próximos trimestres no Brasil, que prometem ser desafiadores para quem concede crédito”. A Empiricus reforça recomendação de compra em ITUB4.
Já para a Ativa Investimentos, o Itaú se descola de seus pares privados. Segundo o analista Pedro Serra, o banco apresentou um bom resultado, em linha com as estimativas, e com manutenção do guidance inalterado para o fim do ano.
“A inadimplência, índice que vinha sendo o terror desse trimestre para o setor, subiu apenas 0,12 p.p. QoQ, chegando a 2,82%. O custo de crédito veio levemente acima das nossas projeções, mas contou com um conservadorismo da companhia em manter seu índice de cobertura praticamente inalterado, na casa de 215%”, detalha Serra, que indicou como diferenciais do banco a gestão e a qualidade da sua carteira frente ao cenário adverso para todo o setor bancário. A Ativa possui recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$32,70.
Às 12h, os papéis recuavam 1,93%, cotados a R$22,93.