TÚNIS (Reuters) - As autoridades judiciais tunisianas determinaram nesta segunda-feira a detenção do proeminente jornalista Zeid El-Heni para que ele seja julgado sob a acusação de difamação, dias após ele ter criticado o ministro do Comércio do país, disse seu advogado.
El-Heni terá sua primeira audiência no dia 10 de janeiro sob a acusação de “difamar outras pessoas nas redes sociais”, disse seu advogado, Ayachi Hammami, a repórteres.
A polícia o prendeu pela primeira vez na quinta-feira, depois de ele ter feito comentários sobre o ministro numa rádio local em entrevista publicada no Facebook (NASDAQ:META), segundo a agência de notícias estatal da Tunísia.
O sindicato dos jornalistas da Tunísia exigiu a sua libertação imediata, classificando a detenção como uma "violação dos dispositivos legais que regem o julgamento de repórteres".
A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa foram conquistas importantes para os tunisianos após a revolução de 2011 que derrubou o presidente autocrático Zine El Abidine Ben Ali e desencadeou os protestos da chamada "Primavera Árabe".
Mas ativistas e jornalistas dizem que a liberdade de expressão tem se deteriorado desde que o presidente da Tunísia, Kais Saied, assumiu amplos poderes em 2021. Saied disse que as suas ações eram necessárias para salvar a Tunísia do caos e do que ele chama de uma elite corrupta.
(Reportagem de Latifa Guesmi)