Militares têm compromisso de se preparar para possível agressão interna, diz Bolsonaro

Publicado 08.07.2022, 11:37
Atualizado 08.07.2022, 12:35
© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
07/07/2022 REUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA (Reuters) -O presidente e pré-candidato à reeleição Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que os militares têm o compromisso de se preparar para a possibilidade de agressões internas, destacando que não se pode comungar com uma "traição".

Sem dar detalhes sobre qual agressão interna seria possível no país, Bolsonaro, ex-militar e que deve disputar a eleição presidencial em outubro, fez as declarações durante solenidade de entrega de espadins aos cadetes da Força Aérea Brasileira em Pirassununga, no interior de São Paulo, no primeiro dos dois eventos oficiais com integrantes das Forças Armadas de que participará nesta sexta.

Na tarde desta sexta, Bolsonaro comparecerá à solenidade da Brigada de Infantaria Paraquedista no Rio de Janeiro.

"Alguns vendilhões se associam a outros de fora para nos escravizar. Nós militares, todos, vocês jovens cadetes que receberam o espadim há pouco, nós todos fizemos um juramento, dar a vida por nossa pátria, se preciso for", disse.

"E esse dar a vida não é por possíveis agressões de fora, em especial, por agressões internas. Temos esse compromisso, temos de nos preparar dia a dia para essa possibilidade. Vivemos em paz, temos um país democrático e seu povo ama e respira a liberdade", emendou ele.

No discurso, Bolsonaro disse que não se pode admitir que a "traição" venha de pessoas de dentro do país que, disse ele, buscam, ao tirar a "nossa liberdade, entregar as nossas riquezas e a nossa gente à outra ideologia".

Comandante-em-chefe das Forças Armadas e ex-capitão do Exército, Bolsonaro mantém militares da reserva em postos-chave do governo e tem buscado reforçar sua imagem de proximidade com a caserna.

Autor de frequentes alegações falsas sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro tem tido o apoio de integrantes da cúpula das Forças Armadas para questionar o processo eleitoral dizendo que haveria fragilidades no sistema de votação, sem no entanto apresentar provas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já mostrou que os questionamentos apresentados pelos militares são de natureza técnica e boa parte deles será atendido para as eleições deste ano.

Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro e alguns levantamentos têm apontado que o petista venceria o pleito em primeiro turno se a eleição fosse realizada agora.

© Reuters. Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
07/07/2022 REUTERS/Adriano Machado

No discurso em Pirassununga, o presidente também afirmou que as Forças Armadas representam o progresso, a democracia e a liberdade e defendeu aos presentes que se preparem e analisem o que está acontecendo com o país, mais uma vez sem detalhar ao que se referia.

Bolsonaro destacou ainda em seu discurso que, até o último dia da sua vida e do seu mandato, fará com que a "nossa Constituição seja cumprida".

(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Eduardo Simões e Flavia Marreiro)

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