Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) -O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou no domingo o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), além da imediata dissolução de todos os acampamentos de manifestantes golpistas no entorno de unidades militares, depois que radicais bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
"Diversos e fortíssimos indícios apontam graves falhas na atuação dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal, pelos quais é o responsável direto o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha", disse Moraes em sua decisão, atribuindo ao chefe do Executivo local uma "conduta dolosamente omissiva".
Em nota no início da tarde desta segunda, Ibaneis disse confiar que a apuração das responsabilidades por todos os atos de violência no domingo mostrarão "a inteira disposição do governo do Distrito Federal no sentido de evitar todo e qualquer ato que atentasse contra o patrimômio público da nossa capital".
Ibaneis defendeu também a responsabilização de "toda a rede que possa existir de financimento de atos antidemocráticos". O governador afastado disse respeitar a decisão de Moraes e reiterou sua "fé na Justiça de nas instituições democráticas".
Em sua decisão, em resposta a um pedido de medida cautelar apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, e ofício do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro do STF afirmou que houve omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência, com a falta de policiamento na região da Esplanada dos Ministérios e a autorização de entrada na região de mais de 100 ônibus sem qualquer acompanhamento policial.
O ministro determinou ainda que até o dia 31 de janeiro seja proibida a entrada de ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal e que os ônibus usados pelos golpistas sejam apreendidos e seus donos, identificados.
Moraes também determinou o bloqueio de 17 contas nas redes sociais Twitter, Facebook (NASDAQ:META), Tiktok e Instagram, que compartilhavam material incentivando os atos golpistas, sob pena de multa diária de 100 mil reais.
(Edição de Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)