Investing.com – O aumento da taxa de juros brasileira pode ser um desafio para as ações brasileiras, mas não o suficiente para que o Morgan Stanley (NYSE:MS) deixe de ter uma perspectiva favorável. O banco segue com overweight, excesso de peso, equivalente à compra, na sua posição em Brasil, com preferência para nomes com apelo global. Além disso, entende que o Brasil segue em destaque em relação ao México em termos de risco político e econômico, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado.
“Paradoxalmente, o crescimento econômico no Brasil é uma má notícia para as ações à medida que pressiona as taxas ainda mais para cima”, aponta o MS, indicando que, historicamente, aumentos nos juros não são favoráveis para o mercado local. “Fed mais baixo e BCB mais alto não são historicamente otimistas para as ações brasileiras, mas vemos um impacto positivo em grandes ações brasileiras líquidas com apelo global”, reforçam os analistas Nikolaj Lippmann, Juan Ayala e Julia Leao Nogueira.
O Morgan esclarece que não é necessário realizar grandes mudanças no portfólio com a alta nos juros e diz demonstrar cautela com as ações voltadas ao cenário doméstico brasileiro, principalmente consumo cíclico, favorecendo assim ações de liquidez com apelo global, citando JBS (BVMF:JBSS3), Nu Holdings (Nubank) (NYSE:NU), Mercado Livre (BVMF:MELI34), Embraer (BVMF:EMBR3) e Petrobras (BVMF:PETR4). Seriam favorecidas histórias de fluxo de caixa estável, como shoppings e concessões.
O banco diz ainda que o real poderia se fortalecer, o que tende a diminuir a volatilidade e o risco das ações brasileiras. “As taxas de 10 anos têm mais probabilidade de diminuir do que aumentar, acreditamos taxas mais apertadas deverão beneficiar concessões, centros comerciais, produtos de consumo básico e serviços públicos em Brasil”, completam os analistas.