Por Jake Spring
SÃO PAULO (Reuters) - Pesquisadores que estudam o desmatamento alertaram, nesta quinta-feira, que a destruição da floresta amazônica brasileira pode aumentar mais 16% este ano, com base em seus modelos de estudo, uma vez que a derrubada de árvores muitas vezes aumenta em anos eleitorais, de acordo com uma análise feita pelo instituto de pesquisa ambiental Imazon.
O desmatamento na região atingiu um pico de 15 anos em 2021, de acordo com estatísticas governamentais.
O Imazon disse que seu sistema de inteligência artificial para áreas especialmente em risco de desmatamento indica que mais de 15.000 quilômetros quadrados podem ser destruídos na floresta amazônica brasileira no período de 12 meses até julho --o período anual oficial para medição do desmatamento.
A destruição da floresta tropical aumentou em todos os últimos três anos eleitorais, disse o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr. em comunicado, citando preocupações de que pode voltar a crescer novamente antes das eleições presidenciais de outubro.
A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é vista como vital para deter uma mudança climática catastrófica devido à grande quantidade de gases de efeito estufa que ela absorve.
Entretanto, a derrubada de árvores na região tem aumentado desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse em 2019 e enfraqueceu as políticas de proteções ambientais. O presidente alega que as leis ambientais impedem o desenvolvimento econômico, e defende a agricultura comercial e a mineração na Amazônia.
O Palácio do Planalto e o Ministério do Meio Ambiente não responderam de imediato a pedidos da Reuters de comentários sobre a previsão do Imazon.
As estatísticas preliminares do governo para o mês passado mostraram que o desmatamento atingiu um recorde para o mês de janeiro.