Por Pedro Fonseca
(Reuters) - O Palácio do Planalto negou nesta quarta-feira que tenha havido irregularidades nas negociações do governo para a compra da vacina contra Covid-19 Covaxin, desenvolvida pela indiana Bharat Biotech, e disse que o presidente Jair Bolsonaro pediu abertura de investigação da Polícia Federal contra um deputado federal que fez denúncias a respeito da negociação.
"Não houve favorecimento a ninguém, não houve sobrepreço e não houve compra alguma", disse Onyx em pronunciamento no Palácio do Planalto, acusando o deputado Luís Miranda (DEM-DF) de ter cometido o crime de denunciação caluniosa.
Mais cedo, o parlamentar afirmou que alertou pessoalmente Bolsonaro sobre pressão no processo referente à importação para uso emergencial no país da vacina indiana. Miranda disse que ele e o irmão Luís Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, apresentaram diversas irregularidades ao presidente em uma reunião no Palácio da Alvorada.
Segundo Onyx, o irmão do deputado adulterou a documentação usada pelo parlamentar ao fazer a denúncia e será investigado pela Polícia Federal por sua conduta, assim como o próprio parlamentar, a pedido de Bolsonaro.
O ministro da Secretaria-Geral afirmou no pronunciamento que uma empresa citada pelo deputado como intermediária para a compra da vacina é, na verdade, uma subsidiária da Bharat. Segundo ele, um pedido de pagamento adiantado da Bharat citado pelo deputado como suspeita de irregularidade foi posteriormente modificado pela empresa indiana.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)