Por Pavel Polityuk
KIEV/MARIUPOL, Ucrânia (Reuters) - A Rússia retomou seu ataque aos últimos defensores ucranianos escondidos numa siderúrgica gigante em Mariupol, disse uma autoridade ucraniana neste sábado, dias depois de Moscou declarar vitória na cidade portuária do sul e ter dito que suas forças não precisavam tomar a fábrica.
As forças russas estavam atacando o complexo de Azovstal com ataques aéreos e tentando invadi-lo, disse o assessor presidencial Oleksiy Arestovych, acrescentando que "o inimigo está tentando estrangular a resistência final dos defensores de Mariupol".
A maior batalha do conflito já dura semanas, conforme a Rússia tenta capturar uma cidade vista como crucial para suas tentativas de ligar a região leste de Donbas à Crimeia, a península do Mar Negro que Moscou tomou em 2014.
Dois mísseis atingiram uma instalação militar e dois edifícios residenciais na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, e mais dois foram destruídos, disse o comando aéreo sul das forças armadas ucranianas. O assessor presidencial ucraniano Andriy Yermak disse que cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas.
O número de mortos não pôde ser verificado de forma independente. O último grande ataque em ou perto de Odessa foi no início de abril.
"O único objetivo dos ataques com mísseis russos em Odessa é o terror", escreveu o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, no Twitter. A Rússia nega atacar civis em sua "operação militar especial" que começou em 24 de fevereiro.
O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira que os soldados restantes em Mariupol foram "bloqueados com segurança" na siderúrgica. Na quinta-feira, o presidente russo Vladimir Putin declarou a cidade "libertada" e ordenou que seu ministro da Defesa bloqueasse o complexo de Azovstal "para que nem mesmo uma mosca possa passar", em vez de tentar invadi-lo.
Arestovych disse que as tropas ucranianas no complexo Azovstal ainda estão resistindo "apesar da situação muito difícil" e estão tentando contra-ataques.
Mais de mil civis estão escondidos com os soldados na fábrica de Azovstal, segundo autoridades ucranianas.