(Republica reportagem, ajustando trecho truncado no 1º parágrafo)
BRASÍLIA (Reuters) - A poucos dias do primeiro turno, candidatos à Câmara dos Deputados e ao Senado trabalham pelos últimos votos para conquistar uma cadeira no Parlamento, mas as perspectivas são de pouca renovação, apontam consultorias e empresas de análise política.
O Congresso deve manter seu perfil mais liberal e de centro-direita, ainda que possa ocorrer um crescimento de bancadas da esquerda.
E, influenciados pela eleição ao Executivo Federal, partidos com bancadas volumosas no Congresso devem manter sua presença nas duas Casas, caso do PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro.
O centrão, grupo de partidos que vem ganhando cada vez mais poder no Congresso, também deve se manter como uma força importante no Legislativo.
Confira, a seguir, o que dizem as consultorias:
* DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ASSESSORIA PARLAMENTAR
(DIAP) EM PARCEIRA COM A CONTATOS ASSESSORIA POLÍTICA
-- Baixa renovação de cadeiras, em particular, na Câmara dos Deputados em função das vantagens aos candidatos à reeleição e recursos disponíveis para campanha. A futura Câmara terá renovação entre 40% e 45%, com a reeleição de algo em torno de 300 deputados;
-- Redução da fragmentação partidária no Congresso Nacional. Pequenos e médios partidos serão impactados pelas novas regras eleitorais e menos de 23 legendas devem ter representação na próxima legislatura;
-- Retorno de ex-parlamentares tradicionais e experientes na vida pública, numa espécie de circulação no poder;
-- Centro-direita e o centrão manterão força no Legislativo algo entre 186 a 298 deputados federais. A esquerda deve crescer moderadamente podendo chegar a 162 parlamentares pouco mais de 30 parlamentares a mais em relação à atual legislatura;
-- Permanecer perfil liberal e conservador em relação aos temas econômicos, sociais e de costumes;
-- Bancadas informais, ruralista, segurança e evangélica dobraram candidaturas e, consequentemente, devem manter ou ampliar sua influência no Congresso;
-- O PL e a federação formada por PT/PCdoB/PV serão os fortes candidatos a elegerem as maiores bancadas. Em seguida devem vir PP, União Brasil, PSD, Republicanos e MDB.
* EURASIA
-- Expectativa é que a esquerda cresça pra algo entre 160 170 deputados e cerca de 15 a 20 senadores, com o PT formando a maior bancada individual.
-- A base de direita --bolsonarista ou antipetista, depende do rótulo--, aqueles que não topariam compor com Lula, vai estar espalhada em vários partidos, e há dificuldade de mensurar, à primeira vista.
* ARKO ADVICE
-- No Senado, a tendência é que PL, PT e PSD se beneficiem nas eleições deste ano;
-- PL, PSD, MDB e PT disputarão quem terá a maior bancada no Senado;
-- Impulsionados pela liderança dos respectivos candidatos a presidente, PL e PT terão as maiores representações na Câmara;
-- Na sequência, vem um pelotão de seis partidos de centro e direita: União Brasil, PP, PSD, Republicanos, MDB e PSDB.
* QUEIROZ ASSESSORIA EM RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E GOVERNAMENTAIS
-- Levantamento reforça tendência de menor taxa de renovação desde a redemocratização nas eleições para a Câmara dos Deputados, com índice de renovação possivelmente inferior a 40%;
-- 443 deputados federais disputam a reeleição, dos quais 369 são bastante competitivos. Nesse contexto, cerca de 72% da atual composição da Câmara dos Deputados possui elevadas chances de reeleição;
-- No caso das vagas a serem ocupadas por novos parlamentares, cerca de 80% devem ser preenchidas pelo fenômeno da "Circulação de Poder", passando a parentes diretos de políticos tradicionais ou por políticos experientes.
-- Assim, a renovação de fato --com candidatos que nunca ocuparam cargos públicos e que não são parentes diretos de políticos tradicionais-- deve ficar em torno de 10%.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Eduardo Simões)