Por Balazs Koranyi
VALETA (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deixou as taxas de juros e seu programa de impressão de dinheiro inalterados na reunião desta quinta-feira, e o presidente do banco, Mario Draghi, disse que vai reavaliar em dezembro o que mais pode fazer para combater a inflação baixa.
A queda nos preços das commodities e as preocupações com os mercados emergentes estão pesando sobre as perspectivas econômicas, disse Draghi.
Em entrevista à imprensa, Draghi afirmou que o banco vai completar integralmente seu programa de compra de ativos de 60 bilhões de euros por mês e ressaltou que pode prorrogá-lo para além de setembro de 2016 como parte dos esforços para impulsionar o crescimento na zona do euro e levar a inflação para mais próximo de sua meta de perto de 2 por cento.
Mas em um pedido direto aos governos da zona do euro para darem seu apoio a uma recuperação ainda hesitante na região, ele enfatizou que a política monetária "não deve ser a única saída".
"As políticas fiscais devem sustentar a recuperação econômica, mantendo-se em conformidade com as regras fiscais da UE", disse.
A decisão do BCE de manter as taxas de juros em mínimas recordes era amplamente esperada antes da reunião das autoridades na capital de Malta, Valeta. A atenção estava voltada particularmente para pistas sobre se o BCE está pronto para ampliar ou prorrogar o programa de compra de títulos lançado em março.
Ainda que alguns membros do BCE tenham argumentado que o banco deveria alterar o programa de compra de ativos agora, a maioria acredita que as medidas de estímulo precisam de mais tempo para funcionar, já que seus efeitos positivos estão apenas começando a ser transmitidos.
Draghi enfatizou esse argumento, dizendo que embora permaneçam os riscos para a inflação e ao crescimento, análises mais profundas são necessárias antes de tomar mais ações.
"Nesse contexto, o grau de acomodação da política monetária terá que ser reexaminado em nossa reunião de política monetária de dezembro", disse ele.
Draghi destacou que embora a inflação vá permanecer muito baixa no curto prazo, isso reflete principalmente os preços baixos do petróleo e projeta que ela irá subir até o fim do ano --parcialmente devido a efeitos de calendário da queda do petróleo em 2014.
Pesquisas de empréstimo continuam a melhorar, fornecendo mais munição para Draghi argumentar que as medidas de estímulo estão encontrando seu caminho até a economia real e não precisam ser ajustadas urgentemente.
(Reportagem adicional de Francesco Canepa em Frankfurt)