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Copom surpreende, mantém Selic em 6,5% e sinaliza fim dos cortes

Publicado 16.05.2018, 18:02
Atualizado 16.05.2018, 18:05
© Reuters.  Copom surpreende e mantém Selic em 6,5% e sinaliza fim dos cortes

Investing.com - O Comitê de Política Monetária surpreendeu e manteve a taxa de juros em 6,5% ao ano, em decisão unânime. Os diretores haviam antecipado na última reunião que fariam novo corte na Selic nesta reunião e o mercado projetava uma redução de 0,25 p.p..

Em seu comunicado publicado após a reunião, o Banco Central afirmou que acompanhará os dados do mercado para medir o impacto da política de flexibilização adotada até agora, citando o aumento das incertezas no mercado internacional.

A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes.

(...)

uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes. Esse último risco se intensificou desde o último Copom.

Apesar dos sucessivos cortes, a inflação do país segue abaixo dos 3%, piso da banda de flutuação da meta de inflação, fixada em 4,5%. No último mês, o IPCA em 12 meses ficou em 2,76%.

Em todos os meses de 2018, a inflação em 12 meses ficou abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma retomada da inflação.

Nas últimas semanas, o decisivo avanço do dólar frente ao real renovou as previsões de um retorno da inflação. O mercado aposta em IPCA de 3,45% em dezembro deste ano e de 4% no final de 2019 – também abaixo da meta proposta de 4,25%.

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A valorização de 11% que levou o dólar da casa dos R$ 3,30, no final de março, aos R$ 3,67 de hoje provocou dúvidas em parte dos analistas se o Copom confirmaria o corte na Selic de hoje. Na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que o banco olha para a taxa de inflação e sinalizou que manteria a antecipada redução.

A maioria do mercado, contudo, manteve ao longo do pregão sua convicção que o Copom cortaria a Selic, o que pressionou a taxa de juros DI para janeiro de 2019, que encerrou o pregão a 6,32%.

Ciclo de cortes

A decisão de hoje encerrou o atual ciclo de cortes, iniciado em outubro de 2016 quando a taxa básica era de 14,25%. Ao todo, o Copom cortou 7,75 p.p. da Selic, acompanhando o surpreendente processo de desinflação da economia nos últimos dois anos.

Recorde mínimo

A taxa de juros de 6,5% é a menor da série histórica iniciada com a adoção do tripé econômico em 1999. Antes do atual ciclo de baixa, o recorde anterior de 7,25% havia sido alcançado em outubro de 2012, quando o BC, na época comandado por Alexandre Tombini, sofreu pressão política para seguir cortando juros, apesar da tendência desfavorável da inflação oficial, pressionada pelo consumo e, a seguir, pelos reajustes após anos de repressão dos preços controlados, a seca que pressionou o preço de energia elétrica e provocou quebra de safras.

Neste período de metas de inflação, a Selic chegou ao seu ponto máximo de 26,5% ao ano entre fevereiro e maio de 2003, como consequência da forte inflação. Na época, o IPCA disparou pressionado pela desvalorização do real frente ao dólar, com investidores reagindo à eleição de Lula à presidência da República.

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Desde o início do Plano Real, contudo, a Selic chegou aos 45% em março de 1999, em uma tentativa quase desesperada do governo Fernando Henrique Cardoso de manter a entrada de dólar no Brasil, enquanto o país migrava do câmbio fixo para o atual câmbio flutuante, em meio às crises russa e asiática do fim dos anos 1990.

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Veja o comunicado completo do Copom:

Copom mantém taxa Selic em 6,50% a.a.

O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 6,50% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

Os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira;

O cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes;

O Comitê julga que o comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis ainda baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;

As expectativas de inflação para 2018 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,5%. As expectativas para 2019 e 2020 situam-se em torno de 4,0%; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,6% para 2018 e de 3,9% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2018 em 6,25% a.a. e 2019 em 8,0% a.a. e de taxa de câmbio que termina 2018 e 2019 em R$/US$ 3,40. No cenário com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,60*, as projeções situam-se em torno de 4,0% para 2018 e 2019.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a (i) possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (ii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes. Esse último risco se intensificou desde o último Copom.

O Copom entende que deve pautar sua atuação com foco na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica. Choques externos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva (i.e. na propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque). Esses choques, entretanto, podem alterar o balanço de riscos ao reduzir as chances de a inflação ficar abaixo da meta no horizonte relevante, por meio de seus possíveis efeitos secundários.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela manutenção da taxa básica de juros em 6,50% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete a mudança recente no balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, em maior grau, de 2019.

O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.

Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e, principalmente, do balanço de riscos tornou desnecessária uma flexibilização monetária adicional para mitigar o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas. Para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Carolina de Assis Barros, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

* Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom.

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Últimos comentários

De onde essas informações uma vez que o COPOM ainda não divulgou a ata ?
Boa noite, Ricardo. O Copom publica um comunicado ao fim da reunião. Colamos na íntegra ao final do nosso texto, mas também está disponível no site do BC. Abraços
Desculpem a mensagem dobrada. Pode ter sido no ato do cadastramento. Não se repetirá.
A mínima, Tombini/Dilma, foi de 7,25% (10/10/2012), e não 7,50%. O atual Copom jamais deveria ter batido este piso. Do modo que o anterior, o atual governo (desta vez com responsabilidade maior para equipe econômica) patrocinou alguma demagogia e um certo populismo com a queda vertiginosa da Selic, diante de um ambiente hostil no exterior, onde o dólar se fortalece de modo preocupante onde já há algumas apostas de a taxa do Fed atingir 2,75% em dezembro. Deste modo, a reversão da Selic será mais rápida e mais intensa do que previsto, infelizmente. Quando será que teremos BCs 100% autônomos e 100% capazes?
A mínima de Tombini/Dilma foi de 7,25%, e não 7,50. O atual Copom jamais deveria ter batido este piso. Do modo que o anterior, o atual governo (desta vez com responsabilidade maior para equipe econômica) patrocinou demagogia e populismo com a queda vertiginosa da Selic, diante de um ambiente hostil no exterior, onde o dólar se fortalece de modo preocupante eem que já há algumas apostas da taxa do Fed atingir 2,75% em dezembro. Destemodo, a reversão da Selic será mais rápida e mais intensa, infelizmente. Quando será que teremos BCs 100% autônomos e capazes?
Obrigado pelo comentário. Corrigimos no texto! Abraços
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