Por Yuka Obayashi e Ami Miyazaki
ISE-SHIMA, Japão (Reuters) - O G7, grupo que reúne as principais economias mundiais, prometeu nesta sexta-feira buscar forte crescimento global, enquanto discutiram sobre o mercado cambial e políticas de estímulo e expressando preocupação com a Coreia do Norte, Rússia e disputas marítimas que envolvem a China.
Os líderes do G7, que participaram de uma cúpula na região central do Japão, prometeram usar "todas as ferramentas políticas" para impulsionar a demanda e aliviar as restrições de oferta.
"O crescimento global permanece moderado e abaixo do potencial, enquanto os riscos de fraco crescimento persistem", disseram por meio de declaração. "O crescimento global é a nossa prioridade urgente".
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o G7 divide "um forte sentimento de crise" sobre a perspectiva global.
"O risco mais preocupante é contração da economia global", liderada pela desaceleração nas economias emergentes, disse Abe em entrevista coletiva depois de presidir a cúpula de dois dias. "Há um risco de a economia mundial cair em crise se as respostas políticas adequadas não forem feitas."
No geral, por meio da declaração de 32 páginas, o G7 se comprometeu com taxas de câmbio baseadas no mercado e evitar a "desvalorização competitiva" de suas moedas.
Abe destacou a necessidade de uma política fiscal flexível para sustentar a recuperação econômica, enquanto a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, tem permanecido cética quanto aos gastos públicos para impulsionar o crescimento.
O G7 chamou o excesso de capacidade industrial global, especialmente do aço, de "desafio estrutural urgente com implicações globais".
PREOCUPAÇÕES
O G7 demandou que a Coreia do Norte cumpra inteiramente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e interrompa seus testes nucleares, lançamento de mísseis e outros "atos de provocação".
O grupo condenou também a "anexação ilegal" da península da Crimeia, da Ucrânia, pela Rússia. A declaração ameaçou impor "medidas mais restritivas" para elevar os custos de Moscou, mas informou que as sanções podem ser suspensas se o país implementar os acordos anteriores e respeitar a soberania da Ucrânia.
O G7 também expressou preocupações com o Mar do Sul da China, onde o país tem tomado ações mais agressivas em meio a disputas territoriais com Japão e outros países do Sudeste Asiático.
Quanto ao referendo britânico que ocorrerá no próximo mês sobre se o país deixará a União Europeia, o G7 informou que uma saída "será um sério risco para o crescimento global".