😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Objetivo é cumprir meta central de inflação e "respeito" a câmbio flutuante, diz Ilan

Publicado 07.06.2016, 14:22
© Reuters. Indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante encontro em Brasília

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira que o objetivo da autoridade monetária será o de cumprir plenamente a meta de inflação "mirando o seu ponto central", destacando que a manutenção de nível baixo e estável de inflação é condição essencial para o crescimento sustentável.

Em discurso na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde está sendo sabatinado pelos parlamentares, Ilan disse ainda que haverá "respeito ao regime de câmbio flutuante" caso assuma o BC e também defendeu a reconstituição do tripé macroeconômico.

"Considero haver praticamente consenso de que é preciso reconstruir o quanto antes o tripé macroeconômico formado por responsabilidade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante, que permitiu ao Brasil ascender econômica e socialmente em passado não muito distante", afirmou.

Após sua fala, o dólar passou a cair frente ao real, com alguns operadores entendendo que Ilan teria indicado ser favorável a menos intervenções no mercado de câmbio e, assim, estaria confortável com a moeda abaixo de 3,50 reais.

Depois de dizer que as reservas internacionais são um seguro que vale a pena manter em momentos de incerteza, Ilan assinalou que, passado esse período mais turbulento, uma análise sobre o nível ótimo desse colchão seria "debate extremamente oportuno" devido ao custo de sua manutenção.

Segundo o ex-economista chefe do banco Itaú, o cenário atual é desafiador, com níveis de instabilidade política e econômica superiores à média histórica. Mas considerou que as medidas recém-anunciadas pelo governo interino de Michel Temer estão na direção correta, completando que a eficiência da política monetária será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem os esforços na implementação de reformas estruturais e na recuperação fiscal.

Ilan afastou a ideia de que o país vive período de estagflação e ressaltou que o país atravessa umas das piores recessões de sua história.

Durante a sabatina, ele disse que é preciso criar condições para a queda dos juros básicos da economia e que as reformas são um pilar para tanto. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem início nesta terça-feira, com o resultado no dia seguinte, e as expectativas gerais dos agentes econômicos são de que a Selic será mantida em 14,25 por cento ao ano no último encontro sob a batuta do atual presidente do BC, Alexandre Tombini.

Pouco antes de deixar o banco Itaú por causa da sua indicação ao BC, Ilan via espaço para corte na Selic no segundo semestre, a partir de julho, diante da contínua melhora no balanço de riscos para a inflação.

Ilan já ocupou a diretoria de Assuntos Econômicos do BC entre 2000 e 2003. Agora, a expectativa é que ganhe o aval do Senado para o comando da autoridade monetária em meio a cenário de inflação ainda alta.

CRESCIMENTO DE VOLTA

Aos senadores, Ilan disse acreditar que a volta do crescimento econômico no fim deste ano ou no início de 2017 é factível, mas condicionada a medidas concretas, como a aprovação das reformas pelo Congresso Nacional.

Ele disse que a criação de um teto para as despesas públicas, proposta anunciada pelo governo mas ainda não encaminhada ao Legislativo, é fundamental. "Nós precisamos dar ordem à dinâmica da dívida", disse.

Ilan defendeu a autonomia técnica e operacional do BC, ao invés de independência, para que tenha "liberdade de usar os instrumentos para perseguir os objetivos do governo". Ele destacou ainda que uma diretoria composta por funcionários de carreira e do setor privado é a "combinação ideal".

Sobre o cenário externo, Ilan considerou que também é "desafiador" e ressaltou que "o período de ventos favoráveis na economia global ficou no passado e a era de juros nulos ou negativos está perto de seu fim, pelo menos nos Estados Unidos". Ao falar da China, avaliou que a economia está desacelerando, mas que o receio de parada brusca não deve ocorrer.

© Reuters. Indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante encontro em Brasília

Após o sinal verde da CAE para sua nomeação, Ilan ainda precisa ser aprovado pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta tarde, seguindo acordo de lideranças.

(Edição de Patrícia Duarte)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.