Investing.com - O caos que se instalou no mercado financeiro, com o maior tombo no intraday desde o Joesley Day, fez evaporar R$ 78,9 bilhões da bolsa de São Paulo nesta quinta-feira. O montante supera o valor de mercado do Banco do Brasil, que é de R$ 74 bilhões.
O resultado só não foi pior porque, na reta final do pregão, a bolsa se recuperou e encerrou a sessão com perdas de -2,98% a 73.851 pontos, menor patamar desde 20 de dezembro. O volume alcançou R$ 20,4 bilhões, 73% acima da média do ano, com os stop-loss e recompras.
No pior momento do dia, o pânico e a ativação de stop-loss em sequência derrubou o índice para a mínima de 71.161 pontos, perdas de -6,5% frente ao fechamento de ontem a 76.117 pontos. Esse foi o maior movimento negativo no intradia desde 18 de maio de 2017, dia seguinte ao vazamento da conversa entre Michel Temer e Joesley Batista, que provocou a ativação de circuit breaker após o Ibovespa romper -10%.
De acordo com levantamento feito pela Economática a pedido do Investing.com Brasil, o valor de mercado das 60 empresas listadas no Ibovespa caiu R$ 65,8 bilhões.
As perdas foram lideradas pela Vale (SA:VALE3), que recuou 3% em um movimento de correção após alta de quase 11% no mês. O valor de mercado da mineradora caiu R$ 8,836 bilhões, para R$ 282,584 bilhões, a segunda empresa mais valiosa do Ibovespa.
A Ambev (SA:ABEV3) e a Petrobras (SA:PETR4) ficaram em segundo e terceiro lugar nas perdas, respectivamente, com recuo de R$ 7,07 bilhões e R$ 5,80 bilhões em valor de mercado. Completam os cinco maiores recuos o Santander (SA:SANB11), que afundou 5,4% no pregão, e o Itaú Unibanco (SA:ITUB4), -2,9%, com queda de R$ 5,45 bilhões e R$ 5,07 bilhões, nesta ordem.
No exterior, o índice MSCI de mercados emergentes (NYSE:EEM) fechou quase estável. O fundo de índice de ações IShares MSCI Brazil (NYSE:EWZ), negociado nos Estados Unidos, cedeu 5,1%.
O dólar atingiu R$ 3,96 pela manhã, antes de recuar para R$ 3,93 no fechamento. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, concedeu entrevista coletiva para acalmar o mercado e anunciou que poderá colocar US$ 20 bilhões até a próxima semana e sinalizou que poderá usar as reservas internacionais de US$ 382 bilhões.
Nos juros, as taxas avançaram com força com a crença do mercado de que o BC precisará subir os juros para conter o impacto do dólar na inflação. O contrato DI para janeiro de 2019 encerrou o pregão com rendimento de 7,60%, indicando o aumento da Selic. Em janeiro de 2020, o mercado negocia DI a 8,85, alta de 0,59 p.p..
Para janeiro de 2020 a taxa subiu para 8,85%, ante 8,26% ontem. Já o juro mais longo, para 2025, caiu forte, de 12,40% para 12,13% ao ano após o BC fazer os leilões de venda compromissada de títulos públicos, aliviando a pressão dos mercados futuros longos. O juro de 10 anos, para janeiro de 2028, caiu de 12,67% para 12,51% ao ano.
Veja abaixo as maiores perdas de valor de mercado nesta quinta-feira:
Empresa | Valor de mercado (R$ bilhões) | Perdas em 7/6 (R$ bilhões) |
Vale (SA:VALE3) | 282,58 | -8,84 |
Ambev (SA:ABEV3) | 299,89 | -7,07 |
Petrobras (SA:PETR4) | 229,10 | -5,80 |
Santander (SA:SANB11) | 119,65 | -5,45 |
Itau Unibanco (SA:ITUB4) | 251,95 | -5,07 |
Bradesco (SA:BBDC4) | 176,32 | -3,38 |
Banco do Brasil (SA:BBAS3) | 74,00 | -3,09 |
B3 (SA:B3SA3) | 40,84 | -2,88 |
Braskem (SA:BRKM5) | 34,15 | -1,50 |
Magazine Luiza (SA:MGLU3) | 20,11 | -1,50 |
Gerdau (SA:GGBR4) | 23,12 | -1,47 |
Eletrobras (SA:ELET3) | 18,66 | -1,22 |
Weg (SA:WEGE3) | 34,45 | -1,19 |
BB Seguridade (SA:BBSE3) | 50,43 | -1,17 |
Rumo (SA:RAIL3) | 19,96 | -0.98 |
Com Reuters