SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de concessões de infraestrutura CCR espera melhora nos números de tráfego em suas rodovias no segundo semestre, mas em grande devido à fraca base de comparação de 2014, quando houve recuo de agosto até por volta de novembro.
"Por termos uma base de comparação mais fraca, a percepção é de que isso deve melhorar na segunda metade do ano, principalmente em veículos comerciais", disse a coordenadora de Relações com Investidores da empresa, Flávia Godoy, em teleconferência para comentar os números do segundo trimestre.
Entre abril e junho, o tráfego nas rodovias da CCR recuou 4 por cento sobre um ano antes, puxado pelos veículos comerciais, em meio à desaceleração da atividade econômica.
Sobre o programa de concessões de infraestrutura do governo federal, Flávia disse que a CCR fará os estudos necessários para verificar se a BR-476, no trecho que vai do Paraná a Santa Catarina, é interessante para a companhia.
A executiva citou informações segundo as quais o trecho poderia ser concedido até o fim deste ano e disse que a CCR está aguardando a publicação do edital.
Ela acrescentou que a empresa vê perspectivas positivas para a assinatura de aditivos contratuais com o governo federal. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está realizando audiência pública para aperfeiçoar a metodologia para cálculo da taxa de retorno do fluxo de caixa marginal de concessionárias para reequilibrar os aditivos contratuais.
"A taxa média está em torno de 9 por cento, mas varia conforme o estado de investimento de cada rodovia. O prazo deve se encerrar no final do mês. A companhia está aguardando, as perspectivas são positivas", disse Flávia. A CCR está negociando no momento um aditivo para a rodovia Presidente Dutra, na qual realizaria obras no trecho da Serra das Araras, entre outras.
A respeito dos dividendos intermediários propostos pela diretoria da CCR ao Conselho de Administração, de cerca de 0,76 real por ação, a companhia explicou que o dividendo é uma antecipação da distribuição dos resultados de 2015. A proposta será submetida a uma reunião do Conselho em algum momento nos próximos dois meses, disse Flávia.
(Por Priscila Jordão)