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Delator acusa Cunha de pedir US$ 5 mi em propina, deputado nega e vê ação "estranha" do governo

Publicado 16.07.2015, 19:54
© Reuters. Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara
PBR
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi acusado por um dos delatores da operação Lava Jato de pedir 5 milhões de dólares em propina durante depoimento feito nesta quinta-feira, e tornado público pela Justiça, como parte de uma ação penal que investiga a contratação de navios-sonda pela Petrobras (SA:PETR4).

Em resposta, Cunha acusou o delator, o empresário Júlio Camargo, de mentir sob pressão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e afirmou enxergar no episódio uma ação "estranha" do governo. Disse ainda que vê uma tentativa de constranger o Legislativo em um momento em que pode ter de analisar um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Camargo, que fez acordo de delação premiada em troca de redução de sua pena, disse em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro que se encontrou pessoalmente com Cunha e com Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e acusado de ser operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras.

Na pauta do encontro, um requerimento assinado pela ex-deputada Solange Almeida que pedia esclarecimentos sobre contratos da Petrobras que envolviam Camargo e empresas por ele representadas. A autoria do requerimento chegou a ser atribuída a Cunha que, no entanto, negou.

O requerimento seria, de acordo com o delator, uma forma de pressionar pelo pagamento de propina a Fernando Baiano, que seria repassada a Cunha.

"(Cunha disse) que não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando (Baiano), do qual ele era merecedor de 5 milhões de dólares, e que isso estava atrapalhando, porque estava em véspera de campanha, se não me engano era uma campanha municipal, e que ele tinha uma série de compromissos", disse o delator no depoimento, cujo vídeo foi tornado público pela Justiça.

A pedido de Moro, Camargo não dá mais detalhes da conversa para não atrapalhar o inquérito contra Cunha na Procuradoria-Geral da República, mas afirma que o montante pago ao deputado fez parte de propina paga por ele.

"Foi a complementação daqueles 10 milhões de dólares que eu digo que eu tive que pagar", afirmou.

Indagado por Moro o motivo pelo qual não apresentou essa versão em depoimentos anteriores, Camargo disse que recebeu orientação do Ministério Público em Curitiba para não citar políticos e, após ser indagado pelo juiz se também por receio, disse que sim, e disse que Cunha afirmava ter sob seu controle 260 deputados.

"DESAFIO A PROVÁ-LAS"

Em nota divulgada nas redes sociais, Cunha disse que Camargo já modificou seu depoimento anteriormente e que voltou a mudar sua versão. Acusa ainda Janot de pressionar o delator para que o envolvesse na Lava Jato.

"Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las", afirmou o presidente da Câmara na nota.

"É muito estranho, às vésperas da eleição do procurador-geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo procurador-geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir", acrescentou.

Em entrevista a jornalistas em Brasília, Cunha foi além. Disse que ao alterar seu depoimento, Camargo mentiu e, portanto, perdeu direito à delação premiada. Viu no episódio, ainda, uma tentativa de fragilizá-lo e de constranger o Legislativo.

"Há um objetivo claro de constranger o Poder Legislativo, que pode ter o Poder Executivo por trás em articulação com o procurador-geral da República", acusou Cunha.

Em resposta a Cunha, a Procuradoria-Geral da República disse que o depoimento dado nesta quinta-feira por Camargo em Curitiba "não tem nenhuma relação" com o inquérito contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF) e que não tem ingerência sobre a pauta de audiências do Judiciário ou sobre contéudo de depoimentos.

O presidente da Câmara afirmou ainda que a tentativa de constranger o Parlamento acontece "num momento em que você tem um aprofundamento de uma discussão, que não sai da boca de todos vocês (jornalistas), de uma eventual decisão... de pedido de impeachment".

Cabe a Cunha, como presidente da Câmara, decidir sobre o andamento ou não de um eventual pedido de impeachment contra Dilma.

© Reuters. Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara

"Eu acho isso um absurdo, não vou aceitar ser constrangido", garantiu.

(Reportagem de Eduardo Simões e Maria Carolina Marcello)

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