Por Sujata Rao e Rachel Armstrong
LONDRES (Reuters) - A demanda por assessoramento de reestruturação de dívida está grande nos mercados emergentes e deve crescer diante dos preços baixos das commodities e do mercado de capitais fraco, disse um especialista do setor à Reuters.
Dados da Thomson Reuters mostram que o volume de dívida reestruturada atingiu 25,4 bilhões de dólares no primeiro trimestre, alta de 16 por cento ante mesmo período de 2015.
Em países emergentes da Europa, Oriente Médio e África, a atividade no setor subiu 8 por cento, a 15,5 bilhões de dólares.
O volume de reestruturação em países emergentes deve crescer nos próximos anos, à medida que vencem dívidas contraídas durante os anos de dinheiro fácil, disse Martin Gudgeon, chefe de Reestruturação e de Situações Especiais na Europa da PJT Partners.
Criada no ano passado da cisão do braço de consultoria da Blackstone, a PJT estava assessorando reestruturações no valor de mais de 52 bilhões de dólares no primeiro trimestre, mostraram dados da Thomson Reuters.
"Há uma enorme quantidade de (negócios de reestruturação) em mercados emergentes. As razões são, em primeiro, a indústria extrativa está muito nos mercados emergentes; e o segundo ingrediente é o acesso ao capital, especialmente se você estiver em uma indústria de capital intensivo", disse Gudgeon à Reuters, acrescentando que o terceiro ingrediente é o câmbio, com muitas empresas endividadas em dólares vendo as suas próprias moedas enfraquecendo, o que torna mais caro o serviço da dívida.
Algumas das principais operações atuais da PJT estão no Brasil, onde assessora uma reestruturação de 14,3 bilhões de dólares da empresa de telecomunicações Oi (SA:OIBR4).
A estimativa é que a dívida nos mercados emergentes supere 62 trilhões de dólares, segundo o Instituto de Finanças Internacionais., sendo que 1,6 trilhão de dólares deve vencer nos próximos anos.
((Tradução Redação São Paulo; + 5644-7712))
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