Por Paul Taylor
BRUXELAS (Reuters) - Para o Fundo Monetário Internacional, a experiência de cinco anos como parceiro minoritário nos planos europeus de resgate para a Grécia tem sido do tipo "nunca mais", e o pior pode ainda estar por vir.
O órgão credor mundial emprestou mais para Atenas do que para qualquer outro mutuário, contribuindo com quase um terço do total de 240 bilhões de euros de seu pacote de ajuda, tendo o restante vindo de governos da zona do euro e do fundo de resgate do bloco.
Mas a instituição ficou no lado desconfortável do resgate grego. Chamada pela Alemanha, principal economia da UE para tentar manter o equilíbrio com as instituições europeias e dos gregos, o FMI, com sede em Washington, nunca teve o controle do programa.
Agora a Grécia pode estar prestes a se tornar a primeira nação europeia a dar o calote no FMI, ficando na companhia do Zimbábue e da Argentina, os únicos em default.
A Grécia adiou o pagamento ao FMI de uma parcela de 300 milhões de euros, que venceu na semana passada, e o juntou com outros que vencem este mês, resultando em uma parcela única de 1,6 bilhão de euros que vence no final de junho.
A Grécia tem dito que só pode pagar se obtiver novos recursos de credores ou for autorizada a vender mais dívida de curto prazo para os bancos gregos, que, por sua vez, dependem de uma reforma, atualmente estancada, para obter mais recursos.
Críticos dizem que o FMI tem prejudicado a sua credibilidade, acolhendo falácias para poder manter a Grécia na zona euro em vez de insistir nas amortizações, primeiro dos credores privados e agora dos governos europeus, para tornar a sua dívida sustentável.