Por Paul Taylor e Renee Maltezou
ATENAS/BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, escreveu aos credores internacionais dizendo que a Grécia pode aceitar a oferta de resgate mais recente se algumas condições forem alteradas, mas a Alemanha expressou ceticismo ao mesmo tempo em que disse que a porta ainda está aberta a negociações.
Em troca, Atenas pediu um empréstimo de 29 bilhões de euros para cobrir todos os pagamentos de serviço de dívida que vencem nos próximos dois anos.
Na carta, vista pela Reuters, Tsipras pediu para manter o desconto do imposto sobre valor agregado para ilhas da Grécia, adiar os cortes de gastos com defesa e também a eliminação progressiva do complemento de renda para pensionistas mais pobres.
"Como podem notar, nossas alterações são concretas e respeitam totalmente a robustez e credibilidade do projeto do programa geral", escreveu o líder esquerdista grego.
Os ministros das Finanças da zona do euro vão discutir o pedido grego em teleconferência marcada para às 12h30 (horário de Brasília), mas a reação inicial de ministros e autoridades foi de que a carta contém elementos que os ministros acharão difícil aceitar.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a Grécia não cumpriu suas obrigações, mas que a porta para negociações permanece aberta.
Com longas filas se formando em caixas automáticos um dia depois de a Grécia se tornar a primeira economia avançada a dar calote no FMI, e com sinais de que a oferta de notas está ficando baixa, Tsipras está sob crescente pressão política para alcançar um acordo.
Embora a carta dele seja datada de 30 de junho, ela chegou após os ministros do Eurogrupo terem encerrado uma teleconferência na terça-feira à noite. Uma autoridade da UE disse que ela havia sido recebida por volta da meia-noite, quando o resgate internacional do país expirou e quando ele deu calote no pagamento ao FMI.
Mas o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, jogou água fria sobre as esperanças de um rápido avanço, dizendo que a carta chegou tarde demais e que ainda não está claro o que a Grécia deseja.
(Reportagem adicional de Lefteris Karagiannopoulos e Mike Dolan)