SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira que não está cogitando a volta da Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e o Ministério da Saúde negou que o assunto estivesse na pauta do governo, contrariando notícias veiculadas mais cedo.
Questionado por jornalistas sobre a volta da CPMF, Levy disse que não há perspectiva "pelo que eu esteja vendo. Eu não estou cogitando".
Segundo publicado pela imprensa mais cedo, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou durante o Congresso do PT em Salvador (BA) que o governo analisa a volta da CPMF sobre grandes movimentações financeiras, cujos recursos seriam direcionado para financiar a saúde.
A CPMF vigorou no Brasil de 1997 a 2007, quando o governo não conseguiu aprovar sua prorrogação.
No fim da tarde, contudo, o Ministério da Saúde enviou nota à imprensa apontando que "não há, no âmbito do governo federal - o que abrange a equipe econômica - nenhuma discussão em curso sobre o tema".
O comunicado destacou ainda que o Ministério da Saúde está acompanhando debates sobre a criação de uma contribuição financeira para a saúde, inclusive com prefeitos e governadores, mas que "o governo federal não trabalha com nenhum modelo novo de financiamento".
INFLAÇÃO
Durante o evento realizado nesta tarde em São Paulo, Levy defendeu a atuação do Banco Central, afirmando que a autoridade monetária tem sido bastante dura para fazer o realinhamento dos preços e passar sinais corretos à economia sem criar inflação.
Levy afirmou ainda que o ajuste fiscal promovido pelo governo está de acordo com esse processo.
O ministro destacou que o governo conseguiu evitar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil no início do ano, mas advertiu que se o avanço não continuar, os riscos de rebaixamento voltarão.
(Reportagem de Flavia Bohone e Marcela Ayres)