Por Bozorgmehr Sharafedin Nouri
DUBAI (Reuters) - O ministro de Relações Exteriores iraniano, Mohammed Javad Zarif, defendeu o acordo com potências mundiais sobre o programa nuclear do país, após críticas de radicais, dizendo nesta terça-feira ao Parlamento, dominado por conservadores, que quase todas, se não todas, as condições do país foram respeitadas.
"Não dizemos que o acordo é totalmente a favor do Irã. Qualquer negociação é uma concessão mútua. Definitivamente mostramos alguma flexibilidade", disse Zarif.
"Digo como disse ao líder supremo, fizemos nosso melhor para garantir a maior parte dos nossos limites, se não todos", disse Zarif, referindo-se ao clérigo conversador aiatolá Ali Khamenei, que possui a palavra final em todos os assuntos principais do Estado.
Sob o histórico acordo feito em Viena na semana passada, o Irá estará sujeito a restrições de longo prazo em seu programa nuclear, suspeito pelo Ocidente de ser voltado para construção de bombas atômicas, mas que segundo Teerã é pacífico. Em troca, EUA, União Europeia e ONU vão retirar as sanções impostas no Irã.
O acordo ainda deve ser aprovado pelo Conselho de Segurança Nacional do Irã e em última instância por Khamenei.
A Guarda Revolucionária do Irã e radicais têm criticado o acordo e também a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, na segunda-feira, o endossando. Eles criticam, em particular, a manutenção de restrições ao desenvolvimento de mísseis balísticos e à compra de armas por parte do Irã.