Investing.com – O petróleo West Texas Intermediate ampliava as perdas nas negociações desta quarta-feira na América do Norte, caindo mais de 1% após dados mostrarem que os estoques nos EUA tiveram redução maior do que se esperava, embora os estoques de gasolina e de destilados tenham registrado um aumento inesperado.
Contratos de petróleo bruto com vencimento em outubro na Bolsa Mercantil de Nova York recuavam US$ 0,57, ou cerca de 1,23%, e o barril era negociado a US$ 45,58 às 11h41 (horário de Brasília), inalterados em comparação a preço anterior à divulgação do relatório.
A Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) afirmou em seu relatório semanal que os estoques de petróleo bruto tiveram redução de 5,392 milhões de barris na semana que se encerrou em 25 de agosto. Analistas de mercado esperavam que os estoques de petróleo bruto tivessem redução de 1,908 milhão de barris, ao passo que o Instituto Americano de Petróleo informou na quarta-feira uma diminuição de 5,78 milhões de barris no abastecimento.
O estoque em Cushing, Oklahoma, o principal ponto de entrega para o petróleo bruto da Nymex, teve aumento de 0,689 milhão de barris na última semana, informou a EIA. O total dos estoques de petróleo bruto nos EUA ficou em 457,8 milhões de barris na semana passada, o que a EIA considera ser próximo do limite superior da faixa média para esta altura do ano.
O relatório também mostrou que os estoques de gasolina tiveram aumento inesperado de 0,035 milhão de barris, em comparação às expectativas de redução de 0,989 milhão de barris, ao passo que estoques de destilados também tiveram aumento de 0,748 milhão de barris, em comparação com projeções de redução de 0,846 milhão.
Do outro lado do Atlântico, contratos de petróleo Brent com vencimento em novembro na Bolsa de Futuros ICE (ICE Futures Exchange) em Londres tinham alta de US$ 0,54, ou 1,05%, e eram negociados por US$ 51,12 o barril às 11h42 (horário de Brasília), em comparação a US$ 51,38 antes da divulgação do relatório.
Enquanto isso, o ágio do Brent em relação ao contrato de petróleo bruto WTI permaneceu inalterado em comparação ao fechamento de terça-feira, fixando-se em US$ 5,22 o barril às 11h44 (horário de Brasília).
Ainda na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), contratos futuros de gasolina com vencimento em outubro recuavam US$ 0,035, chegando a custar US$ 1,657 o galão, ao passo que contratos futuros de óleo de aquecimento com vencimento em outubro tinham ganho de US$ 0,017 e eram negociados por US$ 1,671 o galão.
Contratos futuros de gás natural com vencimento em outubro recuavam US$ 0,054 para US$ 2,929 por milhão de unidades térmicas britânicas.
Os mercados de energia foram abalados nesta semana pelo impacto do furacão Harvey no Texas.
Algumas refinarias em Corpus Christi que fecharam antes da tempestade começavam a retomar as atividades, mas fortes chuvas deveriam durar até quarta-feira, aumentando as enchentes catastróficas.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA afirmou que a tempestade estabeleceu um recorde de precipitação de ciclones tropicais no Texas.
No entanto, mesmo as refinarias que podem voltar às atividades podem passar por dificuldades para obter quantidade suficiente de petróleo.
Os navios que transportam petróleo ainda não podem entrar nos portos do Texas, ao passo que os produtores no sul do Texas que interromperam as operações estão apenas começando a retomada e alguns oleodutos que transportam suprimentos às refinarias ainda estão fechados.
A reação pessimista vista nos preços do petróleo desta semana se deve ao fato de que, historicamente, tempestades reduzem a demanda.
Embora pareça um paradoxo, essas mesmas refinarias fechadas são uns dos maiores compradores de petróleo bruto e, de acordo com cálculos do Goldman Sachs (NYSE:GS), esses fechamentos significam que aproximadamente 3 milhões de barris por dia não são refinados em gasolina e outros produtos, muito mais do que a própria queda na produção de petróleo.