LONDRES (Reuters) - A campanha para decidir sobre a permanência ou não da Grã-Bretanha na União Europeia (UE) foi retomada neste domingo, após três dias de suspensão devido à morte da deputada Jo Cox, com o primeiro-ministro David Cameron alertando que os britânicos enfrentarão uma "escolha existencial" na quinta-feira.
As atividades de campanha antes do referendo de 23 de junho sobre a UE recomeçaram com duas pesquisas de opinião que mostram a campanha pela permanência no bloco recuperando um pouco do dinamismo, embora o quadro geral continue sendo de um eleitorado dividido.
Cinco dias antes da votação, as campanhas rivais voltaram com uma série de entrevistas e artigos nos jornais no domingo, cobrindo o debate sobre imigração versus economia que definiu a campanha até agora.
Cameron, que lidera a campanha para permanecer na UE, chamou os eleitores a considerar o impacto econômico que deixar o bloco de 28 membros teria.
"Enfrentamos uma escolha existencial na quinta-feira", ele escreveu no Sunday Telegraph. "Então, pergunte a si mesmo: eu realmente ouvi alguma coisa, qualquer coisa, que me convenceu de que sair (da UE) seria o melhor para a segurança econômica da minha família?"
Michael Gove, porta-voz da campanha rival para sair da UE, minimizou o papel do referendo no futuro da economia e afirmou que a saída poderia realmente melhorar a situação econômica da Grã-Bretanha.
"Eu não posso prever o futuro, mas eu não acredito que o ato de deixar a União Europeia possa piorar a nossa situação econômica, penso que poderia torná-la melhor", disse em entrevista ao mesmo jornal.
Ambos elogiaram a deputada do Partido Trabalhista Jo Cox, ardente defensora da adesão à UE, que foi baleada e esfaqueada na rua em seu distrito eleitoral no norte da Inglaterra na quinta-feira.
O assassinato de Cox, de 41 anos e mãe de dois filhos pequenos, chocou a Grã-Bretanha, recebeu condolências de líderes ao redor do mundo e levantou questões sobre o tom da campanha.
Duas pesquisas de opinião publicadas no sábado mostraram que a campanha pela permanência no bloco tinha recuperado a sua liderança sobre a campanha aposta, enquanto uma terceira pesquisa mostrou a tendência mudando a favor do voto pela permanência.