Recorrendo novamente às redes sociais para se manifestar sobre os últimos fatos divulgados pela imprensa, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou hoje (16) a rechaçar o que chamou de “ilação mentirosa”: a possibilidade de se tornar delator da Operação Lava Jato. Cunha disse que não tem qualquer conflito com outros clientes defendidos por sua advogada, Fernanda Tortima.
A advogada foi citada pelo jornal O Estado de S. Paulo, que destacou sua atuação na defesa de outros nomes que negociaram delação premiada, como o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, autor gravações divulgadas nos últimos dias em que revela o repasse de propina para políticos de seis partidos, entre os quais, membros da cúpula do PMDB.
“Cada advogado sabe se existe conflito entre seus clientes e, a partir dai, opta para solucionar o conflito. Não tenho qualquer conflito com clientes dela [Fátima]”, afirmou. Cunha disse que Fernanda é sua advogada há anos e assegurou que nunca perguntou, ou vai perguntar, quem são os outros clientes e que tipo de trabalho Fernanda desenvolve para eles.
Eduardo Cunha acrescentou que sua mulher, Cláudia Cruz, ré na Lava Jato pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo valores provenientes do esquema criminoso instalado na Diretoria Internacional da Petrobras (SA:PETR4), também é defendida por advogados que têm outros clientes que colaboram com a Justiça, mas que não tem qualquer conflito com ele.
“Se tivermos de restringir que advogado que participa de delação não advoga para quem não participa, faltará advogado no mercado”, disse o parlamentar, negando novamente qualquer intenção de se tornar delator. “Não cometi qualquer crime e não tenho o que delatar”, afirmou.