Acordo para recuperação de danos em Mariana é uma demonstração de que, “quando todos querem, é possível superar crises e vencer grandes desafios", diz a presidenta Dilma Rousseff Valter Campanato/Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff citou o acordo assinado nesta quarta-feira (2) pela mineradora Samarco para recuperação dos danos causados com a tragédia em Mariana para argumentar favoravelmente ao diálogo na busca de uma solução para a crise econômica.
Ao discursar durante a assinatura do acordo, que prevê o pagamento total de R$ 4,1 bilhões em ações compensatórias e estima em R$ 20 bilhões a reparação dos danos, a presidenta disse que as negociações foram feitas objetivamente em busca de soluções, com a disposição de se dialogar efetivamente e “sem perda de tempo”.
Segundo a presidenta, o acordo assinado entre a mineradora, suas acionistas Vale e BHP e o Poder Público é uma demonstração de que, “quando todos querem, é possível superar crises e vencer grandes desafios”. Dilma ressaltou também que a celeridade no processo só foi possível quando os governos e as empresas decidiram abdicar da via judicial, sem desrespeitar os direitos dos atingidos.
“A sociedade brasileira poderá olhar para Mariana, para Minas, e para o Espírito Santo, e indagar: 'Se eles conseguiram em quatro meses construir uma solução consensual, por que não se faz o mesmo com a crise econômica que afeta o país?', questionou, referindo-se ao tempo em que as partes ficaram discutindo o acordo.
A recuperação da Bacia do Rio Doce vai envolver uma série de ações ambientais, sociais e econômicas, que serão custeadas pela Samarco, após a União e os estados atingidos moverem uma ação civil pública contra a mineradora. O acordo começa a valer de imediato, mas, a partir desta quinta-feira (3), as partes vão procurar a Justiça para a homologação.
Para Dilma, a negociação é um “marco no processo de reparação de danos às populações”, e a lição deve ser aprendida. “Estamos fazendo história com este acordo. “Não cabem discussões intermináveis quando direitos precisam ser atendidos, e a vida das pessoas precisa voltar ao normal”, disse a presidenta.
Antes da assinatura do documento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que esta etapa é apenas o começo das ações, e que agora é preciso colocá-las em prática.