BRASÍLIA (Reuters) - A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira tem 17 candidatos, informou a Mesa Diretora da Casa após o encerramento do prazo de inscrição para a disputa às 12h.
Os principais nomes para a sucessão do deputado suspenso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência na semana passada, são Rogério Rosso (PSD-DF), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Marcelo Castro (PMDB-PI).
Após uma reunião a portas fechadas que começou no meio da manhã, DEM, PSDB, PPS e PSB anunciaram apoio à candidatura de Maia.
"Dentre os candidatos o que mais reuniu condições de chegar ao segundo turno e agregar votos de outros partidos do primeiro turno para ganhar as eleições é o nosso Rodrigo Maia", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM).
Para o líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), o lançamento da candidatura de Castro acabou fortalecendo a campanha de Maia.
"Na verdade tem três candidaturas que se apresentam com perspectivas de maior expressão de voto: Rodrigo (Maia), Rosso --que aparentemente está esvaziando um pouco e Rodrigo inflando agora-- e o Marcelo (Castro)", disse.
Ele ressalvou, contudo, que os arranjos feitos agora podem acabar não influenciado o voto no momento final.
O Palácio do Planalto queria que a base aliada centrasse esforços em torno de um único nome, estratégia que acabou sendo frustrada pela decisão do PMDB de lançar Castro como seu candidato próprio na véspera. O esforço agora é levar Rosso e Maia ao provável segundo turno.
Ex-ministro da presidente afastada Dilma Rousseff, Castro é visto com desconfiança por ter votado contra o impeachment.
A entrada de Castro no jogo também enfraquece a candidatura de Rosso, representante do chamado centrão -- grupo de pequenos e médios partidos que inclui PSD, PTB, Pros e PP e que dava sustentação ao comando da Casa no mandato do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em outra frente, racha os votos da oposição ao presidente interino Michel Temer, incluindo do PT e PDT, que outrora chegaram a flertar com a candidatura de Maia.
Abordado por jornalistas após reunião na primeira-secretaria, Rosso afirmou que está no momento avaliando a candidatura de todos e se engajando na busca por votos. Ele disse não ter um cálculo de votos a seu favor, e classificou a entrada de Castro na disputa como "uma variável diferente".
"Uma coisa é ele ser avulso da bancada. Outra coisa é ele ser (o candidato) da bancada", disse.
Questionado se estaria cogitando desistir do comando da Câmara, Rosso se limitou a dizer que não.
O grande número de postulantes adiciona imprevisibilidade à votação, já que tende a dispersar votos.
(Por Marcela Ayres; Edição de Alexandre Caverni)