🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Funaro acusa Temer de orientar distribuição de recursos ilegais para campanha de 2014

Publicado 21.06.2017, 08:53
© Reuters. Presidente Michel Temer fala no Palácio do Planalto, em Brasília
ALPA4
-
MRFG3
-
PETR4
-

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O operador financeiro Lúcio Funaro afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente Michel Temer orientou diretamente a distribuição de 20 milhões de reais em propinas para sua campanha à reeleição como vice-presidente da República, em 2014, e para a do ex-deputado Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.

De acordo com Funaro, que está preso há um ano em Brasília, os 20 milhões que foram distribuídos entre a campanha de Temer e de Gabriel Chalita eram fruto de uma negociação na vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias (Vifug) da Caixa, uma das controladas pelo PMDB, para liberar recursos do fundo FI-FGTS para as empresas BRVIAS e LLX.

Funaro afirma que a negociação gerou "comissões expressivas", em torno de 20 milhões de reais, montante "do qual se beneficiaram principalmente a campanha do ex-deputado federal Gabriel Chalita para prefeito de São Paulo no ano de 2012, e a campanha para Presidência da República no ano de 2014, sendo que ambas foram por orientação/pedido do presidente Michel Temer".

O depoimento foi prestado no dia 14 deste mês dentro do inquérito em que Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa. Nele Funaro confirmou que está em negociações avançadas para uma delação.

Funaro afirma que não tinha uma relação próxima com o presidente, tendo o encontrado apenas três vezes, e quem fazia a "interface" com ele eram o deputado cassado Eduardo Cunha, e os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.

ODEBRECHT

Funaro confirmou no depoimento as informações prestadas pelos executivos da Odebrecht, de que Temer sabia das propinas pagas pela empresa em troca de contratos com a Petrobras (SA:PETR4) internacional.

Segundo diz em seu depoimento, Funaro teria ficado sabendo por Cunha que Temer sabia do acerto entre a Odebrecht e o PMDB para pagamento de propinas em negócios da empreiteira com a Petrobras nas área de segurança e meio ambiente em dez países.

Marcio Faria, um dos delatores da Odebrecht, afirma em sua delação que foi a uma reunião no escritório de Temer em São Paulo onde estavam também Cunha e Henrique Eduardo Alves onde foi acertado pagamento ao PMDB. Temer reconheceu posteriormente a reunião mas afirmou que não tratou de dinheiro e participou do encontro por pouco tempo.

Em seu depoimento, o operador financeiro --tratado como homem da Cúpula do PMDB-- implica ainda Geddel, Henrique Eduardo Alves e o ministro da Secretaria de Governo, Moreira Franco, no recebimento de recursos ilegais.

Segundo Funaro, o PMDB controlava duas vice-presidências na Caixa. Além da Vifug, a de Pessoas Jurídicas, onde Geddel foi vice-presidente e, mesmo depois de deixar o cargo, continuava exercendo influência. Foi neste cargo que o ex-ministro foi apresentado por Funaro a Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F.

Segundo Funaro, "de todas as operações feitas com o grupo J&F, Geddel recebeu ou receberia comissões pagas por ele, com exceção da operação de crédito para a compra da empresa Alpargatas (SA:ALPA4) pela J&F". A estimativa do operador é que tenha pago apenas a Geddel 20 milhões de reais em "comissões", não apenas em operações para a J&F mas também dos grupos Marfrig (SA:MRFG3) e Bertin.

Funaro também afirma que, quando Moreira Franco era o vice-presidente da Vifug, em 2009, fez uma operação para a empresa CIBE --uma sociedade entre os grupos Equipav e Bertin-- e, para isso, pagou comissão ao ministro e a Eduardo Cunha, embora não se recordasse dos valores naquele momento.

© Reuters. Presidente Michel Temer fala no Palácio do Planalto, em Brasília

Procurado, o Palácio do Planalto disse "que nunca houve tal orientação", em resposta à pergunta sobre a acusação de que Temer teria orientado a distribuição de dinheiro.

Não foi possível entrar em contato com a defesa do ex-ministro Geddel. Em nota enviada por mensagem à Reuters, o ministro Moreira Franco afirma que nem mesmo conhece Funaro.

"Que país é esse, em que um sujeito com extensa folha corrida tem crédito para mentir? Não conheço essa figura, nunca o vi. Ele terá que provar o que está dizendo", disse Moreira.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.