BRASÍLIA (Reuters) - Parlamentares governistas acreditam que a votação nesta segunda-feira na comissão especial do impeachment do relatório sobre a admissibilidade da denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff será apertada, ante expectativa da oposição de aprovação do parecer com margem de até 70 por cento de apoio.
Segundo o deputado Wadih Damous (PT-RJ), mesmo uma eventual derrota do governo na votação prevista para esta tarde por uma diferença de poucos votos "significaria que a oposição não tem os dois terços para ganhar no plenário".
O também petista Arlindo Chinaglia (SP) disse que a diferença do resultado deve ficar em no máximo cinco votos de um total de 65 membros da comissão, seja a favor de Dilma ou contra a presidente.
Já o deputado de oposição Vanderlei Macris (PSDB-SP) disse esperar que o relatório favorável ao impeachment seja aprovado com uma diferença ao menos "razoável", se não for "acachapante".
"Acredito que o impeachment terá entre 60 e 70 por cento de apoio na comissão", afirmou.
A comissão do impeachment retoma os trabalhos nesta segunda de manhã para ouvir o relator Jovair Arantes (PTB-GO), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e os líderes partidários, antes de iniciar o processo de votação previsto para as 17h.
Uma vez votado na comissão da Câmara, o relatório precisa ser lido na sessão plenária seguinte da Casa, e posteriormente publicado. Após a publicação é necessário respeitar um prazo de 48 horas para que a denúncia seja incluída na pauta, o que deve ocorrer na sexta-feira. A votação no plenário está prevista para domingo.
A denúncia contra Dilma só pode ser admitida e encaminhada ao Senado a partir do voto de 342 dos 513 deputados no plenário da Câmara.
No fim de semana, pesquisa Datafolha mostrou que o número de brasileiros a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff diminuiu para 61 por cento, 7 pontos percentuais a menos do que em março.
(Reportagem de Leonardo Goy)