Por Frank Jack Daniel
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O futuro ministro das Finanças do México nomeou na véspera o economista Gerardo Esquivel como vice-presidente do banco central, a segunda indicação para o board pelo novo governo, após a escolha de um independente em setembro.
Em um artigo de opinião publicado em jornal em 2016, Esquivel, que se formou em Harvard, levantou a questão se o Banco do México deveria adotar um duplo mandato para promover crescimento, bem como baixa inflação, e argumentou por visões mais diversificadas no board.
Esquivel foi um porta-voz de assuntos econômicos na campanha do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador. Ele é casado com a escolha de López Obrador para ministra da Economia, Graciela Márquez, e inicialmente iria atuar como vice-ministro de Finanças no gabinete.
López Obrador, que garantiu uma enorme vitória eleitoral em julho, assume no sábado.
Em seu perfil no Twitter (NYSE:TWTR), Esquivel disse que "seu coração bate com a esquerda". Em 2015, ele foi co-autor de um estudo da Oxfam intitulado "Desigualdade extrema no México", que explorou o rápido crescimento de riqueza do pequeno grupo de bilionários do México.
"Eu estou convencido da importância da independência de bancos centrais", disse ele na terça-feira, em um tweet no qual prometeu se concentrar em alcançar os objetivos do Banco do México.
Ele não respondeu imediatamente a um pedido de entrevista para esta reportagem.
Em uma coluna no diário mexicano El Universal, Esquivel também defendeu fortemente a independência do banco central, mas sugeriu um debate sobre eventual mudança de seu mandato.
"Talvez o que nós precisamos começar a nos perguntar é se está na hora de se mover em direção a um objetivo duplo (crescimento e inflação) no banco central, em vez de um objetivo único (inflação), do mesmo modo como acontece em outros países, como os Estados Unidos", escreveu ele.
Ele também citou um artigo no qual o economista Jonathan Heath argumentou por uma "pluralidade de visões e perspectivas sobre a economia" no board de cinco pessoas do banco central.
O futuro ministro das Finanças, Carlos Urzua, nomeou Heath para o board do banco em setembro, para substituir um outro vice-diretor. Esquivel vai substituir outro vice-diretor, que está saindo por questões de saúde.
(Reportagem de Frank Jack Daniel)