BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal vai enviar mais 100 homens da Força Nacional e um contingente ainda a ser definido da Polícia Rodoviária Federal para reforçar a segurança no Rio de Janeiro, depois dos ataques a ônibus, anunciou nesta quarta-feira o ministro da Justiça, Osmar Serraglio.
"Há uma preocupação em relação aos eventos que estão se sucedendo no Rio de Janeiro e provocou a decisão de uma participação mais incisiva diretamente pela Presidência da República", disse Serraglio.
De acordo com o ministro, já estão no Rio de Janeiro 150 integrantes da Força Nacional e serão enviados agora outros 100, que estão disponíveis neste momento. O contingente da PRF ainda será definido com a instituição depois de uma análise a ser feita com o governo federal e o governo do Rio.
"Há a identificação por parte do Rio de Janeiro que, entre outras rodovias, mas mais especificamente a Dutra está servindo de canal de alimentação do Rio em drogas, armamentos, assalto de cargas. Tudo isso alimenta as organizações criminosas", disse o ministro.
"Pensa-se que estrangulando com mais eficiência esse ingresso possa ser um começo de um controle", afirmou Serraglio, justificando a necessidade de mais homens da PRF.
O governo federal também decidiu enviar ao Estado o secretário Nacional de Segurança Pública, general Santos Cruz, para analisar a situação e verificar a necessidade de novas medidas.
A decisão foi tomada na manhã desta quarta, depois de uma reunião de Serraglio com o presidente Michel Temer, na qual estavam também o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o general Santa Cruz
Na terça-feira, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, conversou com Temer e com Jungmann por telefone pedindo apoio depois dos ataques ordenados por traficantes, segundo autoridades do Rio, na Baixada Fluminense em que foram queimados nove ônibus e dois caminhões. Os ataques fecharam por horas a Avenida Brasil, uma das principais artérias da capital fluminense.
Questionado se o governo do Estado havia perdido o controle da situação, Serraglio afirmou que o Rio de Janeiro "tem um histórico de insegurança", com momentos melhores e piores. "Neste momento claramente o Rio precisa dessa mão amiga que o presidente está estendendo", disse.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)