CARACAS (Reuters) - Dançando diante de apoiadores com camisas vermelhas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou formalmente nesta terça-feira sua candidatura à reeleição em uma votação em abril, que oponentes dizem ser uma farsa que irá consolidar sua ditadura.
Maduro, de 55 anos e cujos principais adversários estão proibidos de concorrer contra ele, apresentou sua candidatura no órgão eleitoral nacional em Caracas antes de se juntar a um comício.
“Eu serei leal ao legado do gigante Hugo Chávez”, disse, dançando reggaeton no palco com sua esposa, Cilia Flores, em frente a um grande cartaz exibindo seu rosto e o rosto de Chávez.
Maduro venceu acirradamente a eleição após Chávez morrer de câncer, em 2013, mas tem visto sua popularidade cair durante uma intensa crise econômica no país membro da Opep que expôs a falha de políticas governamentais e acentuou a queda nos preços globais de petróleo.
Maduro culpa uma “guerra econômica” liderada pelos Estados Unidos, incluindo sanções impostas no ano passado pelo presidente Donald Trump, pela recessão sem precedentes que deixou milhões com fome, criou ampla escassez de alimentos e remédios e impulsionou um êxodo migratório.
Críticos dizem que políticas como controles cambiais disfuncionais, e corrupção desenfreada estão por trás da crise.
A coalizão da oposição da Venezuela está boicotando a eleição de 22 de abril, uma vez que seus dois líderes mais populares – Leopoldo López e Henrique Capriles – estão impedidos de concorrer, diversos partidos foram banidos e o órgão eleitoral é pró-Maduro.
“Eleições nestas condições não irão solucionar nada”, informou a coalizão em comunicado nesta terça-feira.
Em seu discurso, Maduro pediu para adversários não serem “covardes” e para concorrerem contra ele, dizendo que estão boicotando a eleição porque estão com medo de perder.
(Reportagem de Andrew Cawthorne, Vivian Sequera, Ana Isabel Martinez, Corina Pons)