Por Caio Saad
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), aproveitou nesta terça-feira a inauguração de uma arena que será usada na Olimpíada deste ano para rebater as críticas de que as obras para os Jogos Olímpicos estão drenando recursos públicos que deveriam ser investidos em áreas como saúde e educação.
Ao entregar a Arena Carioca 1, feita com recursos privados e que receberá os jogos de basquete, rúgbi e basquete sobre cadeira de rodas durante a Olimpíada, Paes também assegurou que todas as obras previstas para os Jogos estão caminhando conforme o planejado.
"Somado tudo que a prefeitura gastou em saúde e educação, de 2009 até agora, incluindo 2016, são 65 bilhões de reais. Em estádios, a prefeitura do Rio gastou 650 milhões de reais nestes oito anos. Um por cento do que a gente gastou em saúde e educação. Não há esse dilema", disse Paes ao lado presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Nuzman.
"Não tem um tostão de dinheiro público neste lugar que a gente está. Não tem um tostão de IPTU, um tostão de imposto de renda. Isso aqui é tudo construído com dinheiro privado. Pela primeira vez na história das Olimpíadas temos tanto dinheiro privado... Isto aqui é um belo exemplo de que dá pra fazer as coisas sem gastar dinheiro publico", acrescentou.
A Arena Carioca 1 tem capacidade para 16 mil pessoas e será palco de três eventos teste até o início dos Jogos Olímpicos, em agosto. Também participaram da inauguração atletas e ex-atletas, como as medalhistas olímpicas e campeãs mundiais com a seleção feminina de basquete Hortência e Janeth.
Paes também aproveitou a inauguração para anunciar um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores para pagar a dívida da construtora responsável pelo Centro de Tênis.
Na semana passada, um incêndio de pequenas proporções atingiu um contêiner no Parque Olímpico, perto de onde serão realizados os jogos de tênis, sem deixar vítimas ou causar danos.
O prefeito também evitou tratar da crise no setor de saúde vivida pelo Estado do Rio de Janeiro. Paes afirmou que a rede municipal de saúde tem funcionado a "todo vapor" e sugeriu aos jornalistas que perguntem sobre a crise no Estado ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Paes também remeteu a Pezão as perguntas feitas pelos repórteres sobre a poluição na Baia de Guanabara e na Lagoa Rodrigo de Freitas, argumentando que esta "não é uma questão olímpica".
"O local de provas na Lagoa não é um problema e onde as provas de sailing (vela) irão acontecer, é uma parte limpa da Baía de Guanabara", garantiu o prefeito, que negou os relatos de que atletas passaram mal depois de participarem de eventos-teste nas águas em que serão disputadas algumas provas olímpicas.
"Não é verdade, nenhum atleta adoeceu. Eles adoeceram porque foram ao Maracanã e depois comeram cachorro-quente. Isto não é seguro de se fazer, não só no Rio", disse o prefeito.