🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Palestrantes do ciclo de debates da UFBA dizem que há tentativa de golpe no país

Publicado 05.04.2016, 00:36
Atualizado 05.04.2016, 01:00
© Reuters.  Palestrantes do ciclo de debates da UFBA dizem que há tentativa de golpe no país

No primeiro dia do ciclo de debates Crise e Democracia, promovido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, quatro nomes do cenário político nacional levaram seus pontos de vista sobre a atual situação política do Brasil e a democracia. Foi praticamente ponto-comum entre os palestrantes que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pode ser considerado uma tentativa de golpe.

No Auditório da Reitoria da UFBA, centenas de estudantes, professores, técnico-administrativos e membros da sociedade participaram do debate, mediado pelo reitor da instituição, João Carlos Salles.

O sociólogo da Unicamp, Ricardo Antunes, iniciou o evento trazendo uma contextualização política brasileira, na qual citou exemplos na história, nos quais presidentes foram destituídos do poder, o que, para ele, está prestes a ocorrer no Brasil, com a presidenta Dilma Rousseff.

“Não podemos aceitar um golpe que tem uma simbiose macunaímica. Há uma tentativa de golpe parlamentar que estampa um estado de exceção de setores do judiciário. As classes dominantes, favoráveis ao impeachment, que joga em cima da classe trabalhadora, o ônus da crise”, disse o sociólogo de corrente marxista. O intelectual ainda defendeu que não há nenhum crime de responsabilidade que justifique o impedimento de Dilma.

Cobertura da imprensa
Em seguida, a jornalista e professora da UFBA, Mariluce Moura, fez uma análise da cobertura midiática sobre o panorama político e dos movimentos favoráveis e contrários à saída da Presidenta, nas manifestações das ruas. Mariluce iniciou a fala, citando o editorial do jornal Folha de S.Paulo, do último sábado (2). Para ela, existe um enquadramento midiático que seleciona e constrói os acontecimentos sociais.

“[Alguns] veículos constroem um cenário que tenta conquistar uma massa desorganizada, que busca um líder autoritário que lhe dê sentido. O diferencial das investidas da mídia será a internet com outros atores? Será o não ao golpe nas ruas? Acesso de jovens mais pobres à universidade e a inclusão social?”, questionou a jornalista, que foi perseguida e presa durante a ditadura militar.

A jornalista destacou a importância da internet e das redes sociais para o equilíbrio de informações passadas à sociedade. “Eu gostaria de observar que, se vamos ter que reorganizar e reconfigurar as forças da esquerda daqui pra frente, no que diz respeito à área da comunicação, há duas questões fundamentais que devem ser levadas a sério: a regulação dos meios de comunicação, como ocorre em qualquer país civilizado, e o financiamento e suporte para expansão da mídia alternativa, no caso da internet e das redes sociais”.

Polarização
O vereador de Belém (PA), Fernando Carneiro (PSOL), foi o terceiro convidado. Também historiador, Carneiro declarou-se contra o que chama de “golpe”, mas disse que não apoia o governo Dilma e fez duras críticas à polarização política nacional.

“A realidade é uma totalidade e é dominante. Não se pode isolar acontecimentos fora do contexto, porque causa problemas para a realidade. Muito se fala sobre golpe e impeachment¸ mas não se pode imaginar que seria algo como em 64. Sou defensor da liberdade democrática e ser contra o impedimento, como sou, não significa ser meio governista. Isso é perigoso porque esse governo não me representa, eu não votei nele, mas essa manobra jurídica tem que ser combatida. Sou contra esse golpe e contra o impeachment, pela ausência de prova de crime de responsabilidade”.

O político ainda falou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvam, quando acusou o petista de priorizar a governabilidade em detrimento da mobilização popular. Antes de encerrar, o palestrante questionou os dados fornecidos pelo governo federal sobre a redução de pessoas na linha de pobreza e extrema pobreza, o que provocou vaias de parte da plateia, composta, em sua maioria, por estudantes da universidade.

Parlamentar ausente
Para encerrar a mesa redonda, o jornalista Emiliano José falou substituindo a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Segundo a UFBA, a parlamentar ausentou-se porque estava participando da sessão de hoje da Comissão Especial de Impeachment na Câmara dos Deputados em Brasília.

Emiliano José, que além de jornalista é ex-deputado federal e professor da instituição, contestou algumas declarações do vereador Fernando Carneiro, e disse que “há um golpe em andamento no Brasil, articulado por setores que fizeram o golpe de 1964”.

O acadêmico insistiu na ideia de que o pedido de impeachment é um “ato golpista, que envolve boa parte do judiciário, setores do MPF [Ministério Público Federal]”. “É uma operação judicial seletiva que só encontra crime de um lado e procura criminalizar a maior liderança histórica do Brasil, que é Lula”, disse Emiliano José.

O segundo dia do ciclo de debates, nesta terça-feira (05), será no mesmo local, a partir das 18h30, no Centro de Salvador. Para a próxima mesa redonda, está prevista a participação a historiadora e política filiada ao PT Selma Rocha, o político Zé Maria Almeida , que foi candidato à presidência pelo PSTU nas eleições de 2014, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Paulo Rodrigues, e o jornalista e escritor José Arbex Jr. O ciclo de debates segue até a sexta-feira (8), no mesmo horário. Os debates podem ser acompanhados ao vivo pela internet no site aovivo.ufba.br/criseedemocracia.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.