BRASÍLIA (Reuters) - O relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei que altera a remuneração do FGTS, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concordou em fazer mudanças no texto que prevê que os valores depositados no fundo tenham o mesmo índice de correção da poupança, disse na terça-feira o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Após reunião com Maia e o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, Guimarães não deu detalhes sobre as possíveis mudanças no texto e disse que o governo dialoga com o relator da matéria para definir as alterações.
O líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani (RJ), por sua vez disse que está sendo buscado um acordo que dê ganhos aos trabalhadores, mas que também elimine as dúvidas sobre o impacto no sistema social da habitação.
"Estamos tentando chegar a um acordo que escalone o aumento dos rendimentos das contas do FGTS, apenas a partir do ano que vem", disse o líder, que é um signatários da proposta, sinalizando que esse escalonamento poderia ser feito em três ou quatro vezes, por exemplo.
A proposta da forma que está desagrada o Planalto, que teme impactos sobre o programa Minha Casa Minha Vida, já que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é um importante financiador do setor de habitação.
Além disso, uma eventual mudança do cálculo de reajuste do fundo, cujos recursos são importantes no financiamento de imóveis, pode afetar as construtoras, especialmente as focadas no segmento de baixa renda, que veriam seus custos de financiamento aumentarem.
(Reportagem de Leonardo Goy)