(Reuters) - O relator do processo contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado Marcos Rogério (DEM-RO), vai pedir a cassação do mandato do deputado suspenso no parecer que apresentará nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Casa, segundo reportagens dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo.
O voto do relator alegará que Cunha mentiu ao dizer que não tem conta no exterior, mas não incluirá a acusação de que ele recebeu propina do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) investigado pela operação Lava Jato, atendendo a uma decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de acordo com os jornais.
O processo de quebra de decoro parlamentar contra Cunha tem como base denúncia de que o parlamentar mentiu à CPI da Petrobras, em março de 2015, sobre a existência de conta no exterior. Na ocasião, Cunha respondeu que tinha apenas as contas declaradas em seu Imposto de Renda.
Posteriormente, documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas bancárias em nome de Cunha e de familiares no país europeu. O parlamentar nega as irregularidades.
Cunha teve seu mandato parlamentar suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início de maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além do processo no Conselho de Ética, Cunha é alvo de inquéritos da PGR autorizados pelo Supremo para investigar as contas no exterior e por suspeita de ter recebido 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela operação Lava Jato.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)