Por Emily Stephenson
HOUSTON (Reuters) - Os pré-candidatos presidenciais republicanos Marco Rubio e Ted Cruz partiram para cima de Donald Trump, o favorito nas pesquisas, em um debate acalorado na quinta-feira, em um último recurso para tentar evitar que o bilionário conquiste novas vitórias nas prévias da próxima semana que vem e fique ainda mais perto de garantir a indicação do Partido Republicano.
O debate organizado pela rede CNN na Universidade de Houston, no Estado norte-americano do Texas, foi a última e melhor chance de os dois senadores agitarem a corrida pela escolha do candidato republicano. Os ventos estão soprando cada vez mais na direção de Trump, que lidera as pesquisas de opinião em quase todos os 11 Estados que votam no dia 1º de março, a chamada "super terça".
Rubio e Cruz desfecharam golpes em Trump, receberam fogo cerrado em resposta e fizeram muita gente se perguntar por que não adotaram tal estratégia nos debates das últimas semanas e meses, quando Jeb Bush, ex-governador da Flórida e que desistiu da disputa, era quem mais atacava Trump.
Mostrando confiança no centro do palco, Trump não se abalou e minimizou os ataques. Classificou Rubio como um "artista do fiasco" por seu desempenho ruim no debate de New Hampshire, voltou a chamar Cruz de "mentiroso" e exortou seus rivais a usarem suas melhores armas.
Cruz, que precisa vencer no Texas, o Estado que representa no Senado, na próxima terça-feira, também arremeteu contra Trump, dizendo que seu adversário seria um oponente republicano fraco para enfrentar a pré-candidata democrata Hillary Clinton na eleição presidencial de 8 de novembro por ter doado para a Fundação Clinton, fundada pelo ex-marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton.
Trump teve um desempenho mais calculado do que o normal, defendendo suas posições moderadas a respeito do planejamento familiar e preservando itens populares da lei de planos de saúde do presidente dos EUA, Barack Obama, talvez por estar ciente de que se aproxima da vitória na corrida republicana.
Ele afirmou que não apoiaria o acordo de cessar-fogo prestes a entrar em vigor na Síria e declarou que a Líbia estaria melhor se Muammar Gaddafi não tivesse sido deposto por um levante de 2011 que teve apoio de Washington.
Tendo conquistado 81 delegados nas prévias até o momento, Trump está na frente da disputa pela indicação, enquanto Cruz e Rubio vêm bem atrás com 17 delegados cada. Para garantir a indicação, um candidato precisa de 1.237 delegados. A 'super terça' será crucial, já que quase 600 deles estão em jogo.
(Reportagem adicional de Ginger Gibson e Valerie Volcovici em Washinton)